Após 1h e 50 min de projeção – uma “eternidade” – não há quem não se sinta mumificado, preso nas ataduras da imbecilidade de um filme ( A Múmia ) – tão equivocado.
O roteiro busca pretexto pra colocar em ação, um Tom Cruise, que há muito perdeu o próprio “tom”. Nos dias atuais, os saqueadores de objetos antigos, Nick Morton (Tom Cruise) e Chris Vail (Jake Johnson), descobrem, por acidente, a tumba de Ahmanet (Sofia Boutella) – uma múmia pra lá de enérgica e de poucos amigos.
Despertada, após milênios, Ahmanet busca vingança através de uma antiga adaga que, em conjunto com uma pedra mágica, lhe dará poderes descomunais. De fato, um roteiro que merece os confins de uma tumba lacrada.
A direção de Alex Kurtzman valoriza cenas de ação e lutas mal coreografadas, onde o som se destaca de forma ensurdecedora. Um conjunto sucessivo de brutalidade e não sutileza. Ao invés de beber na fonte da bem sucedida aventura “A Múmia” / 1999, de Stephen Sommers, Kurtzman se inspira na ação sem cérebro de “Transformers” / 2007, de Michael Bay.
Os (d)efeitos visuais tornam-se risíveis quando a múmia beijoqueira Ahmanet, suga a vida de humanos, tornando-os zumbis desengonçados, com problemas de artrose. Até os zumbis do clipe “Thriller”, de Michael Jackson eram mais dinâmicos e merecedores de atenção.
O que esperar da atriz Sofia Boutella interpretando uma múmia? Sofia quem??? Adepta dos artifícios de caras e bocas, Boutella desfila em cena, comprovando ser especialista em inexpressividade. Completamente inapta.
Alguém ainda se decepciona com Tom Cruise? Há muito, deixara de ser garantia de bilheteria e, pior, interpretações densas, de qualidade insuspeita, são parte de um passado longínquo. Precisa urgente se reinventar. O mesmo vale para Russel Crowe, deslocado e numa atuação constrangedora.
Um filme que não justifica a sua existência. Merece ser enterrado no sarcófago do ostracismo eterno.
A Múmia (“The Mummy”, 2017)
Nota: 1
Direção: Alex Kurtzman
Elenco: Tom Cruise, Sofia Boutella, Russel Crowe
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