O crescimento contínuo dos dados não é um fenómeno novo, e a tendência é que esse crescimento assuma dimensões cada vez maiores. Perante o agravamento desta realidade importa perceber até que ponto as organizações estarão realmente preparadas para a “explosão” de dados que se perspetiva.
No presente panorama económico, muitas organizações farão a gestão dos seus dados num contexto de escassez de recursos, seja porque se encontram em dificuldades financeiras ou apenas porque aplicam boas práticas de gestão de forma a acautelarem a sua competitividade e o seu futuro num contexto macroeconómico desafiante. Neste cenário económico, uma das incertezas que pode compreensivelmente surgir é se as despesas de investimento e exploração associadas à quantidade de dados perspetivada para os próximos anos serão, ou não, sustentáveis para as organizações. Indo um pouco mais longe, podemos inclusivamente questionar-nos se a situação atual ainda é comportável para, pelo menos, parte dessas organizações?
A gestão de grandes volumes de dados é algo que, regra geral, não podemos classificar nem como barato, nem como simples. Deixando de parte as questões de complexidade tecnológica, o custo de gerir grandes volumes de dados é elevado e vai muito para além do custo de aquisição. Na determinação dos custos de gestão de dados devem ser devidamente contabilizados todas as despesas diretas e indiretas que lhes estão associados, assim com os respetivos níveis de eficiência. Face a um custo elevado, as organizações pretendem assegurar que o retorno desse investimento é realisticamente superior ao seu encargo, algo que poderá ser comprometido se forem perpetuadas as abordagens clássicas herdadas de realidades passadas.
A tentação de condicionar o crescimento de dados pode revelar-se uma tarefa utópica e até mesmo indesejável, na medida em que o crescimento de dados decorre da atividade natural da empresa e a competitividade de boa parte das organizações dependerá também de processamentos e análises feitas sobre esses dados.
Autor: José Belejo, Consultor de Soluções de Infraestruturas de Armazenamento da CESCE SI
Comentários