Leve, poderoso e com um design cuidado. O Samsung Galaxy tab tem todos os predicados para ser um caso de sucesso. Este é o primeiro tablet que joga com as mesmas armas do iPad.
Durante três semanas testámos exaustivamente o Samsung Galaxy Tab 10.1 e fomos convencidos pelos argumentos daquele que é o primeiro tablet a fazer perigar a posição hegemónica da Apple no mercado dos tablet.
Tanto mais que as vendas do Galaxy Tab podem aproveitar o grande momento que a Samsung está a atravessar, num momento em que a marca sul-coreana se tornou no principal fabricante mundial de smartphones graças ao enorme sucesso do Galaxy SII junto dos consumidores.
A continuar nesta senda, a Samsung pode tornar-se no primeiro fabricante a conseguir uma posição semelhante à que a Apple tem junto dos consumidores, com cada novo lançamento a tornar-se um objeto de desejo.
Caraterísticas técnicas
Geral
- Sistema operacional/operativo – Android 3.0 Honeycomb
- Memória – 1GB (RAM), 16/32/64 GB (ROM)
- Processador –NVIDIA(R) Tegra(tm) 2 dual-core a 1GHz
- Sensores – Giroscópio, Acelerómetro, Sensor de luz ambiente, Bússola
- Dimensões – 256,7 x 175,3 x 8,6 mm
- Peso – 565 gramas
Tela/Ecrã
- Tela/Ecrã – LCD TFT WXGA | Gorila Glass Display – rotação de 4 vias
- Dimensões – 10.1 polegadas
- Resolução – 1280×800 (149 pixels por polegada)
Câmeras
- Câmera – 3 Megapixel com autofocus
- Flash – Led
- Vídeo – Gravação HD (720p)
- Câmera secundária – 2 megapixel
- Partilha instantânea em redes sociais e Picasa, envio por Gmail ou mensagem.
Conetividade
- HSPA +21 850/900/1900/2100
- EDGE/GPRS 850/900/1800/1900
- Wi-Fi 802.11 a/b/g/n, suporte Dual-band (2,4GHz, 5GHz)
- Bluetooth 3.0
- Wi-Fi Direct
- Porta de ligação de 30 pinos
Bateria
Bateria – 7000mAh integrada
Capacidade indicada – Vídeo : Até 9 horas; Música: Até 72 horas
Apps e serviços
- Samsung Hub – Social Hub (Básico): Envio integrado de e-mails, mensagens instantâneas e feeds de redes sociais; Music Hub: Pesquise, transfira e ouça facilmente mais de 11 milhões de faixas (principalmente na UE e) Readers hub: Mais de 2,3 milhões de livros electrónicos, 2000 jornais e 3000 revistas em 49 idiomas
- Serviços móveis Google – Videochamada Google Talk, Gmail, Google Calendar, Youtube, Google Maps, Google Latitude, Google Places, Google Maps, Navigation(Beta). Android Market
- Mobile Office – Polaris Office: Criar e editar documentos PPT, Word e Excel
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Antes de ligar
Mas vamos à nossa experiência com o tablet e comecemos pelo exterior do aparelho. OSamsung Galaxy Tab é o mais fino tablet do mercado, conseguindo inclusivamente bater os números impressionantes do iPad 2. Com os seus 8,6 milímetros de espessura, a parte frontal do Galaxy Tab é de vidro e totalmente ocupada pela tela/ecrã. O rebordo de metal com cerca de um milímetro à frente dá estabilidade ao corpo do tablet, cuja parte posterior tem uma capa de plástico que o toque não reconhece, antes parecendo borracha. Este material tem ainda a particularidade de ser anti-derrapante, o que torna fácil a utilização do tablet em várias superfícies.
Fisicamente, o Galaxy Tab tem apenas duas entradas, uma para os phones e outra para o adaptador USB e dois botões físicos, um on/off e um segundo de volume. A isto, juntam-se duas colunas, uma em cada um dos lados, que proporciona um som poderoso e envolvente. No caso da versão que testámos, junta-se ainda uma entrada para um cartão SIM.
A diminuição acentuada da espessura deste Galaxy Tab para a primeira versão que apenas foi vendida em alguns mercados, entre os quais Portugal, foi conseguida à custada câmara, que na primeira versão era de 8 megapixel e agora se fica por 3 megapixel (mesmo assim superior ao iPad2).
Uma boa experiência
Feita a apresentação do Samsung Galaxy Tab, é chegada a altura de ligarmos o tablet. Desde o momento em que carregamos no botão e o aparecimento da tela de desbloquear passam 35 segundos. Depois, é só fazer um movimento com o dedo para termos o Samsung Galaxy Tab pronto a funcionar.
A primeira coisa em que reparamos – como não podia deixar de ser – é na qualidade de imagem que é francamente boa. Uma primeira impressão que é posteriormente confirmada com a visualização de filmes. O Samsung Galaxy Tab tem cinco telas/ecrãs completamente customizáveis com apps e widgets, a exemplo dos smartphones. Mas ao contrário destes, não temos de deslizar os dedos para mudarmos de tela, bastando para tal tocar com o dedo à esquerda ou à direita do ecrã para mudarmos de homescreen. Dada a dimensão do aparelho, este é um pequeno toque de classe que demonstra o cuidado em promover uma experiência confortável.
Aqui não há novidade. Novo é o “dock”, uma zona de mini-aplicações que rodam por cima de qualquer tarefa que esteja a desempenhar. Este dock tem o gestor de tarefas, o calendário, um relógio mundial, pen memo (que é funcional se utilizado com um stylus), calculadora e leitor de música.
Esta é uma das mais-valias que a Samsung resolveu acrescentar ao Android, mas há mais, com particular destaque para o botão na barra inferior da tela que permite capturar imagens do ecrã e para o Polaris Office, uma suite que permite editar documentos em Word, Excel e PowerPoint, mesmo nas extensões mais recentes (parte desta análise foi escrita utilizando este app).
O Galaxy Tab proporciona uma excelente experiência de utilização que aumenta ao longo do tempo e à medida que se vão descobrindo recursos no Android Market ou na Samsung Apps.
E aqui está um dos pontos fracos. Ainda há relativamente poucos apps desenhados para tablets. Este não é um ponto fraco do Galaxy Tab, mas sim da comunidade Android e é um reflexo das fatias de mercado deste sistema operacional/operativo: dominante nos smartphones mas incipiente nos tablet.
Mas a verdade é que não há aparelhos perfeitos e o Samsung Galaxy Tab não é exceção. Da minha experiência, o seu ponto mais fraco é a fluidez da rotação da tela, dificultada pelos widgets, que demora entre um a dois segundos, o não reproduzir alguns formatos de vídeo, nomeadamente o MP4 FullHD, e a conetividade.
Estes tr~es pontos negativos não interferem com a experiência de quem tem um Galaxy Tab nas mãos. Ver filmes, jogar ou trabalhar ao som de música é bastante gratificante neste tablet graças às carateristicas da tela/ecrã, ao poder do processador Tegra 2 da Nvidia e ao supreendente som das colunas surround.
A câmera
A necessidade de “encolher” fisicamente o Galaxy Tab para o colocar na linha da frente do segmento obrigou a Samsung a alterar algumas configurações relativamente à primeira vaga de tablets da marca.
O Galaxy Tab tem uma câmera de 3 megapixel na traseira e uma de dois megapixel na parte da frente. Ao aproximar tanto a qualidade das duas câmeras, a Samsung dá um sinal claro de que este não é um aparelho para tirar fotografias mas para fazer conversações vídeo.
É que tirar fotografias com um tablet de 10,1 polegadas é intimidante, principalmente para quem as tira. Mas o resultado até é bom e a falta de resolução não se nota para formatos normais.
A barra inferior
A barra inferior do Samsung Galaxy Tab está sempre presente, independentemente da app que utilizar e independentemente dos gostos pessoais há uma boa razão para que tal aconteça: o Android Honeycomb é um aparelho multi-tarefas.
Por isso – por ser multitask – a barra de tarefas está sempre visível, uma vez que é através dela que pode alternar entre apps ou executar qualquer outra função.
Vejamos mais atentamente a barra. Do lado direito é-nos dado o estado da bateria e o sinal wi-fi, bem como as horas e todas as notificações. Passando com o dedo por cima, este setor abre um painel de controlo e de notificações, que nos permite gerir o wi-fi, gps e bluetooth, bem como o som e a rotação automática, podendo ainda colocar o tablet em modo voo e que nos dá um listagem de todas as notificações recebidas..
No centro, uma seta permite-nos abrir o dock de apps de que já falámos anteriormente.
Finalmente, no lado esquerdo aparecem três botões.As duas primeiras são óbvias, com a seta para a esquerda a voltar à tarefa anterior e a seta para cima a regressar ao homescreen. Já as duas outras fazem difernça. A que tem duas telas sobrepostas abre miniaturas de todas as tarefas que estão em execução e última faz um screenshot do que estamos a ver na tela.
Insisto na multi-tarefa porque esta é uma das vantagens do Samsung Galaxy Tab relativamente ao iPad2. Com o Samsung não tem de recomeçar nenhuma tarefa se precisou de abrir outro app. Toca no botão e continua a partir do ponto onde estava.
A bateria
A bateria do tablet não se vê porque o aparelho não se abre. Mas melhor do que isso é que nunca se dá por ela. Fizemos uma utilização intensiva do Galaxy Tab. Navegámos na net, escrevemos, vimos filmes e jogámos, tirámos fotografias e fizemos vídeos. Utilizámos uma míriade de apps e chegámos a ter dez abertos em simultâneo. Pois nem uma única vez tivemos de ir a correr pôr a bateria a funcionar.
A autonomia deste Samsung Galaxy Tab é um dos seus pontos fortes e nos momentos em que o utilizámos mais intensamente conseguimos estar dois dias sem necessidade de uma recarga. E possivelmente estaríamos mais, se nos lembrássemos de desligar o tablet em vez de o deixar simplesmente em hibernação.
Neste momento está a ler o que escrevemos e a lembrar-se das especificações do fabricante. Até 9 horas, lembrar-se-á de ter visto… pois, mas são nove horas a ver vídeo. Recordar-se-á também que a bateria duraria até 72 horas só a ouvir música…
Como ninguém vê filmes durante nove horas seguidas nem passa 72 horas apenas a ouvir música, podemos afirmar que o Galaxy Pad aguenta sem problemas dois dias sujeito a uma utilização intensiva.
A conetividade
Como já afirmámos, a conetividade do Samsung é um dos seus pontos fracos, a exemplo do que acontece com praticamente todos os outros tablet.
A necessidade de construir aparelhos finos e portáteis, aliada por ventura a uma estratégia ditada pelo marketing de tornar os tablets produtos de utilização exclusiva, leva a que este novo segmento tenha muito poucas – ou nenhumas – opções de conetividade físicas.
É o que acontece com o Samsung Galaxy Tab que apenas tem uma porta de 30 pinos que depois pode ligar a vários acessórios, nomeadamente a um teclado, adaptador USB ou adaptador HDTV. Mas os acessórios são comprados em separado.
Concluíndo
Depois de pela primeira vez testar o Samsung Galaxy Tab percebi verdadeiramente o porquê da ofensiva judicial da Apple um pouco por todo o mundo contra este tablet.
Ao lançar o Galaxy Tab a Samsung criou um produto que pode competir de igual para igual com o iPad 2 e que o ultrapassa em algumas das suas caraterísticas. Ainda por cima, depois do êxito retumbante do smartphone Galaxy SII, a marca coreana está a criar uma legião de fãs, tal como a empresa de Cupertino.
A questão que se coloca é se esta é a melhor estratégia por parte da Apple para diminuir o impacto de um concorrente e se tal é bom para o mercado e para os consumidores, mas isso são contas de outro rosário.
O Galaxy Tab é o primeiro tablet a rodar sobre Android que me encheu as medidas. É fluído, leve e poderoso, jogando exatamente no mesmo patamar do iPad 2. Se está a pensar comprar um tablet, dizemos-lhe sem reservas que se pode decidir por este Galaxy Tab 10.1, principalmente quando está perto de receber a nova atualização do sistema operativo/operacional Android: o Ice Cream Sandwich.
Deixamos, contudo, um aviso. Antes de se decidir tenha em atenção qual o tipo de utilização que lhe vai dar e estude as lojas de apps do Android e da Apple. É que ainda são relativamente poucos os apps desenhados para tablet no Android Market e ainda menos as profissionais.
Mas a barra inferior e o fato de ser multitask são importantes pontos a favor do Samsung Galaxy Tab. É uma questão de saber de antemão qual a utilização que lhe dará.
Parâmetros da análise
Conforto – O Samsung Galaxy Tab 10.1 foi ergonomicamente muito bem estudado. Tem o peso certo, os materiais corretos e o tamanho exato para uma boa visualização de todo o tipo de conteúdos, nomeadamente multimédia. Engenheiros e designers da Samsung estão de parabéns.
Tela/ecrã – Já o dissemos: este Galaxy Tab 10.1 tem o tamanho certo para uma boa visualização de conteúdos. Acresce a excelente qualidade de imagem e a nitidez, que permitem uma boa experiência em qualquer tipo de ambiente. Outra coisa não era de esperar da empresa que trouxe para o mercado o smartphone Galaxy SII.
Software – Este é um daqueles casos em que a pontuação que damos ao aparelho é penalizada por fatores que lhe são estranhos. No que há responsabilidade da Samsung diz respeito damos nota máxima, fundamentalmente pela barra inferior e por o Samsung Galaxy Tab ser multitask. Mas o Android Market ainda tem poucos apps desenhados para tablet.
Câmeras – É verdade que são apenas 3 megapixel de resolução, mas a lente da câmera traseira do Samsung Galaxy Tab chega bem para as encomendas. E a câmera frontal não se limita a uma resolução VGA, tem 2 megapixel e é perfeita para vídeochamadas. A Samsung intuiu que apenas em situações excecionais alguém fotografará com um tablet, pelo que apostou na qualidade da experiência de relacionamento vídeo. Ideal para vídeochamadas, skype e hangouts no G+.
Conetividade – A exemplo da quase totalidade dos tablet, também no Samsung Galaxy Tab 10.1 é praticamente inexistente a conetividade física: Não há entrada USB nem porta HDMI. Apenas uma porta de 30 pinos que poderá ligar a acessórios que são comprados à parte. Leva três estrelas porque é um problema transversal aos tablet no mercado. Se fosse só da Samsung não hesitaríamos em pôr duas estrelas.
Bateria – Num jogo de futebol costuma-se dizer que o árbitro esteve tão bem que nem se deu por ele. O mesmo podemos dizer da capacidade da bateria do Samsung Galaxy Tab: É tão boa que não damos por ela. Ao contrário do que acontece com os smartphones, o tablet da Samsung tem energia para vários dias de utilização intensiva. Não se pode pedir mais.
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