O Nokia X7 é um dos aparelhos mais bem conseguidos da marca a nível do design, tem bons gráficos e traz todas as capacidades do Symbian Anna, mas a nossa experiência com o smartphone foi dececionante.
Primeiras impressões
Vamos então por partes… Quando retiramos o X7 da caixa, a primeira impressão é muto boa. Confesso que as imagens que tínhamos visto do smartphone não nos tinham enchido as medidas, mas os ângulos chanfrados são muito menos agressivos quando temos o aparelho na mão do que o que se vê nas fotos.
Além do mais, o Nokia X7 tem o tamanho e o peso certo para um adulto e as primeiras impressões são francamente boas. Boa, também, é a solução encontrada pelos designers da empresa finlandesa para a inserção do cartão SIM e do cartão de memória, com uma gaveta a evitar a necessidade de se abrir o aparelho.
Como disse, as primeiras impressões são francamente boas, mas quando se põe o X7 em funcionamento o smartphone começa a não ser tão entusiasmante. Um aparelho como o Nokia X7 pedia outro sistema operacional/operativo porque o Symbian Anna é datado e está longe da concorrência, como já escrevemos mais detalhadamente em reviews a outros smartphones da Nokia.
Caraterísticas técnicas
- Geral
- Sistema operacional/operativo – Symbian^3
- Memória – 250 Mb de memória interna. Expansível até 32GB com cartão de memória MicroSD (cartão de 8 Gb incluído)
- Processador – 680 MHz ARM 11, Broadcom BCM2727 GPU
- Rede – GSM 850/ 900/ 1800/1900 – WCDMA 850/900/1700/1900/2100
- Sensores – Proximidade, acelerómetro, bússola
- Toques – mp3, AAC, eAAC, eAAC+, WMA, AMR-NB, AMR-WB
- Dimensões – 119,7 comprimento x 62,8 largura x 11,9 mm espessura
- Peso – 146 gramas (com bateria)
Tela/Ecrã
- Tela/ecrã – AMOLED capacitivo de 4’’ com protecção em vidro resistente a riscos (Gorilla Glass)
- Dimensões – 4 polegadas
- Resolução – 640×360 pixel – 16:9 nHD
- Cores – 16,7 milhões
- Touch Screen sensitive
Câmeras
- Câmera – 8 megapixel
- Flash – Duplo led
- Vídeo – Captação de vídeos em 720p 25 fps com codecs H.264, MPEG-4
- Câmera secundária – n/t
Bateria
- Dados apresentados pelo fabricante
- Tempo de conversação (máximo): 6 h 30 min (GSM) 4 h 30 min (WCMA)
- Tempo de standby (máximo): 450 h
- Tempo de reprodução de vídeo (H.264 720p, 30 fps, máximo): 6 h
- Tempo de reprodução de música (modo offline, máximo): 50 h
Conetividade
- WLAN IEEE802.11 b/g/n
- Bluetooth 3.0
- Conector e carregador micro-USB
- USB 2.0 de alta velocidade (interface micro USB)
- USB On-the-Go
- Interface áudio standard Nokia de 3.5 mm
- Rádio FM
Experiência dececionante
Além do mais, a capacidade gráfica do X7 deixa um bocado a desejar, com o telefone a prender ou mesmo a bloquear quando se está a jogar. E atenção, não fomos à loja OVI buscar jogos que pudessem puxar em demasia pela máquina, tendo-nos limitado a utilizar os jogos que vêm pré-instalados.
E é uma pena, porque a tela/ecrã Amoled de 4 polegadas tem as dimensões e a qualidade para podermos usufruir de uma experiência verdadeiramente positiva, a exemplo do que acontece com os vídeos. E este X7 foi feito a pensar nisso, pelo que ver um clip ou um vídeo no smartphone é gratificante, com a luminosidade a corresponder bem, as cores bem realçadas e uma boa definição de imagem.
Mas onde o Nokia X7 mais nos deslidiu foi na capacidade da bateria. Não conseguimos ter carga 24 horas, nem quando utilizámos o aparelho apenas como telefone e fazendo poucas chamadas.
Este problema é tão mais estranho quanto este costuma ser um ponto alto da Nokia, pelo que damos o benefício da dúvida e consideramos a hipótese de o aparelho que testámos ter um problema.
Com uma bateria fraca, o uso que fizemos do X7 não foi tão intensivo como o que costumamos fazer quando testamos aparelhos. Verificámos a jogabilidade possibilitada pelos recursos do smartphone, uma vez que esse é um dos pontos sublinhados pela Nokia na publicidade ao aparelho, verificámos a autonomia da bateria, atestámos a fluidez dos gráficos e experimentámos a câmera. Com os seus 8 megapixels e lentes Carl Zeiss, este é um dos pontos fortes do X7, a exemplo do que acontece com a generalidade dos aparelhos da marca finlandesa.
À laia de conclusão
Dando de barato que os problemas verificados com a bateria se devem a um defeito, a questão que verdadeiramente interessa é sabe se vale a pena comprar um aparelho destes. Mais, se vale a pena a Nokia continuar a apostar em smartphones caros com um sistema operacional/operativo desatualizado em mercados em que tem a forte concorrência de aparelhos com Android ou iOS.
A questão, ao fim e ao cabo, está em saber se vale a pena dar tanto dinheiro por aparelhos com o Symbian.
Tenho um amigo que dispara a ironia quando diz: “Consigo-lhe um pelo mesmo preço e que é bastante pior. Uma autêntica oportunidade”.
É evidente que para uma grande franja de utilizadores, os recursos que o sistema operacional/operativo da Nokia oferece são mais do que suficientes, como já afirmámos. Mas deverão estes aparelhos competir no mesmo patamar de preço dos aparelhos topo-de-gama? Uma interrogação que ganha maior pertinência depois do anúncio que Stephen Elop fez a semana passada da gama Lumia, os primeiros Windows Phone da Nokia.
Sejamos claros! Percebe-se que a Nokia não podia passar oito meses sem lançar nenhum aparelho depois de anunciar a parceria estratégica com a Microsoft, mas como é que se sentirão os consumidores ao pagar 489,90 euros por um X7, pouco mais ou menos o que poderão pagar por um Lumia? E como é que isso os posiciona perante a Nokia?
Parâmetros da análise
Design – As fotografias e os filmes promocionais não lhe fazem justiça. Este X7 é um dos smartphones mais bonitos que estão no mercado, mercê dos cantos chanfrados e da sobriedade das cores e dos materiais.
Conforto – O Nokia X7 tem o tamanho correto e o peso certo para uma utilização confortável, tanto quando lhe pegamos como quando o transportamos no bolso. E a qualidade dos materiais sente-se. É um smartphone muito bem conseguido neste aspeto.
Tela/ecrã – Com as suas 4 polegadas de dimensão, a tela do X7 permite uma boa visualização de conteúdos multimédia, no que é ajudada pela tecnologia Amoled. Além do mais, as quedas não são problema graças ao vidro Gorilla.
Software – O Symbian é um sistema operacional/operativo ultrapassado e isso nota-se num dispositivo que tinha tudo para ser um hit de vendas. É claro que para a maioria dos usuários, o que a versão Anna do sistema operacional/operativo da Nokia oferece é suficiente para as necessidades mas fica muito atrás da concorrência. Ponto a favor, o fato de incorporar de série o OVI Maps com navegação GPS.
Mas ao contrário das expetativas, o Nokia X7 que testámos travou na execução de jogos e muitas vezes não respondia com rapidez aos comandos na tela.
Câmera – A câmera de 8 megapixel e flash duplo led cumpre com o que a Nokia nos tem habituado. Falta-lhe uma câmera frontal para vídeochamadas.
Conetividade – O Nokia X7 tem todas as opções de conetividade possíveis, à excepção da entrada HDMI. O widget nativo da OVI Store para as redes sociais não foi atualizado no Symbian Anna, pelo que continua com o mesmo problema de apenas poder integrar o Facebook e o Twitter.
Bateria – Ao contrário do que é normal na Nokia, a bateria do X7 que testámos revelou-se uma verdadeira nódoa. Ao ponto de não aguentar um dia inteiro sem ligação à net, sem utilização dos aplicativos e com apenas meia dúzia de chamadas. Foi tão mau que pensamos que a bateria deveria estar com problemas.
Preço – Perto de 500 euros é muito dinheiro por um aparelho como o X7, se tivermos em conta a concorrência. É certo que é um objeto bonito e confortável mas foi colocado no mercado no início do verão, já com o lançamento dos primeiros Windows Phone da série Lumia em perspectiva. Por isso, quando dizemos que é muito dinheiro se se tiver em conta a concorrência, estamos também – ou principalmente – a falar dos aparelhos da própria Nokia.
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