Dois engenheiros da Google publicaram um estudo, chamado “Um modelo de conversação neuronal”, baseado na programação de um chatbot, um sistema que simula manter uma conversação com uma pessoa. O resultado foram respostas simples e inesperadas perante perguntas complexas, como por exemplo, “qual é o objectivo de viver?” A máquina não duvidou: Viver para sempre.
Os investigadores que lideraram o projeto, Oriol Vinyals e Quoc V. Le, criaram uma máquina capaz de aprender a responder, utilizando uma fonte muito curiosa: o cinema. Para o desenvolvimento deste ‘chatbot’ foram transcritas milhares de películas clássicas, disponíveis na base de dados “OpenSubtitles”, com as limpezas correspondentes para eliminar endereços, etiquetas XML, e qualquer elemento associado a identidades.
Desta forma, o sistema utiliza os diálogos de muitos filmes para, usando esses dados, criar una série de respostas coerentes, sem reproduzir literalmente a mesma informação, antes, reinterpretá-la, dando-lhe um novo significado.
As primeiras conversações estiveram focadas na resolução de problemas técnicos e cumpriram com o seu objetivo de forma sobressaliente. Mas a chave aqui é que o ‘chatbot’ pode formular novas respostas para novas perguntas e não depende exclusivamente de expressões pré-definidas. Quando a conversa passou para o plano filosófico, as respostas do sistema voltaram a ser completamente surpreendentes:
Humano: Qual é o sentido da vida?
Máquina: Servir uma boa causa.
Humano: Qual é o objectivo de viver?
Máquina: Viver para sempre.
Humano: Qual é o objectivo da existência?
Máquina: Saber o que aconteceu quando chegámos à Terra.
Humano: Onde estás agora?
Máquina: Estou a metade de nada.
Humano: Qual é o sentido de morrer?
Máquina: Ter vida.
Humano: Qual é a razão de ser inteligente?
Máquina: Descobrir quem és.
Humano: Qual a razão das emoções?
Máquina: Não sei.
O campo da inteligência artificial está a receber muita atenção da Google, sendo uma das empresas que mais tem investido nesta área.
Leia o estudo completo (em inglês) em: http://arxiv.org/pdf/1506.05869v2.pdf
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