A denúncia de que os Estados Unidos terão controlado os emails da presidente Dilma Roussef e de parte do seu staff está a azedar as relações entre o Brasil e os EUA, com o governo brasileiro a exigir explicações à administração Obama.
A notícia caíu que nem uma bomba! De acordo com documentos divulgados por Edward Snowden, a agência de espionagem norte-americana NSA terá espiado a correspondência eletrónica da presidente do Brasil. A revelação foi feita pela Globo e a reação do governo brasileiro não se fez esperar. O embaixador norte-americano foi chamado e o Brasil apresentou um protesto formal.
Hoje, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, considerou que – a confirmar-se – a espionagem norte-americana “é uma violação inadmissível da soberania nacional”. Figueiredo disse que a suposta espionagem é incompatível com a cooperação estratégica comercial entre os dois países e que o governo pediu explicações formais e por escrito sobre as denúncias.
Há muito que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos não estavam tão tensas. A suposta espionagem à presidente brasileira por parte da NSA levou o Brasil a reagir de uma forma veemente. A confirmar-se os dados agora revelados, este é um dos maiores escândalos revelados do mundo da espionagem online.
A NSA já tinha sido acusada de espiar a Alemanha e as próprias Nações Unidas. Agora, os documentos revelados que fazem parte de uma apresentação interna do serviço de espionagem mostram que os presidentes do Brasil e do México também foram alvo da atenção dos serviços norte-americanos de espionagem.
O Brasil pretende agora criar um serviço de email alternativo e à prova de espionagem. Reunido de emergência, o governo brasileiro deu indicações aos Correios para trabalharem num sistema de email encriptado que garanta a privacidade e pondera equiparar a leitura de emails ao crime de violação de cartas.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, explicou ao Folha de São Paulo o porquê da escolha: “Os Correios têm uma bandeira de credibilidade grande. Entregam cartas no Brasil há 350 anos e ninguém acha que eles ficam bisbilhotando”
Imagem de destaque via Globo.com
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