Uma startup da Estónia especializada em segurança digital conseguiu atrair um investimento milionário para expandir proteção a pequenas empresas. Com 65% do tráfego online atual gerado por bots — muitos dedicados a ataques DDoS e web scraping —, as pequenas e médias empresas tornaram-se alvos vulneráveis. A Blackwall, anteriormente BotGuard, posiciona-se como escudo tecnológico acessível para este segmento, combinando inteligência artificial e parcerias estratégicas.
Dados-chave do financiamento:
- Série B de 45 milhões de euros liderada pela Dawn Capital
- Valuation pós-investimento não divulgado
- 100+ parceiros em modelo de canal indireto
O CEO Nikita Rozenberg destaca a urgência: “Um único ataque pode aniquilar negócios pequenos. A nossa missão é democratizar a cibersegurança”.

GateKeeper: O guardião invisível
O carro-chefe da empresa, o GateKeeper, opera como reverse proxy inteligente que:
▸ Analisa tráfego em tempo real com IA
▸ Filtra 1,8 milhões de pedidos maliciosos por segundo
▸ Bloqueia bots de ad fraud que drenam orçamentos de marketing
Recentemente, a plataforma integrou ferramentas contra fraudes em anúncios digitais, problema que consome até 23% dos investimentos em ads de PMEs segundo dados internos.
Estratégia de crescimento: Parcerias sobre vendas diretas
Ao invés de abordar clientes finais, a Blackwall optou por um modelo B2B2C inovador:
Como funciona:
- Alia-se a hosters, plataformas de e-commerce e MSPs
- Integra sua solução nos serviços desses intermediários
- Oferece valor agregado sem custo de desenvolvimento aos parceiros
Esta abordagem permitiu escalar para 2,3 milhões de websites protegidos em 48 meses, com destaque para setores como:
- Lojas online
- Portais de reservas turísticas
- Serviços financeiros digitais
Expansão global em curso
Os novos fundos impulsionarão:
- Contratação de 65 novos colaboradores até 2026
- Expansão agressiva nos EUA e mercado Ásia-Pacífico
- Desenvolvimento de 3 novos módulos de proteção até Q4/2025
A MMC Ventures, que liderou a Série A de 12M€ em 2024, mantém aposta na equipa fundadora — ex-executivos da Skype e TransferWise com experiência em escalar tecnologias globais a partir da Estónia.
O paradoxo da invisibilidade
A eficácia da Blackwall mede-se pela ausência: a sua tecnologia opera nos bastidores, sem interfaces complexas ou intervenção humana. O nome, inspirado no firewall do jogo Cyberpunk 2077, contrasta com a discrição da solução real — uma ironia que Rozenberg celebra: “Queremos ser tão ubíquos quanto a eletricidade. Só notas quando falta”.
Para PMEs em mercados emergentes, onde 74% dos ciberataques visam negócios com menos de 200 colaboradores, esta invisibilidade pode ser a diferença entre sobreviver ou sucumbir na era da guerra cibernética automatizada.
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