A HTC surpreendeu o mercado ao lançar o Wildfire E5 Plus, um smartphone acessível que combina design moderno e especificações técnicas acima da média para o segmento. Disponível inicialmente no Vietname por 2,379 milhões de dong (cerca de 93€), o modelo tenta reacender a presença da marca num mercado dominado por Xiaomi e Samsung.
O Wildfire E5 Plus destaca-se por três elementos-chave:
Especificação | Detalhe |
---|---|
Ecrã | 6,75 polegadas HD+ (720p) com 90 Hz |
Processador | Unisoc T606 (12 nm, 1.6 GHz) |
RAM/Armazenamento | 6 GB + 128 GB (expansível até 512 GB) |
Bateria | 5000 mAh com carregamento USB-C |
Câmara Traseira | 50 MP principal + 2 MP (profundidade) |
Câmara Frontal | 16 MP |
Apesar do preço convidativo, o modelo não suporta 5G e utiliza o Android 14 sem garantia de atualizações futuras.
Design que esconde o preço baixo
Com molduras planas e duas opções de cor (Azul e Cinza), o E5 Plus afasta-se do visual genérico dos smartphones económicos. Detalhes como:
- Módulo de câmaras duplas com acabamento metálico
- Sensor de impressões digitais lateral
- Conector jack de 3,5 mm
são tentativas de atrair utilizadores que valorizam estética sem comprometer a funcionalidade.
Pontos fortes vs. limitações do HTC Wildfire E5 Plus
Vantagens:
- Taxa de atualização de 90 Hz para navegação fluída
- Autonomia de dois dias com uso moderado
- Performance adequada para redes sociais e streaming
Desvantagens:
- Ausência de 5G e NFC
- Processador de 2019 com eficiência energética questionável
- Android 14 sem compromisso de atualizações de segurança
Num teste prático, o ecrã IPS LCD mostra cores vivas, mas a resolução HD+ resulta em pixéis visíveis a curta distância. A câmara de 50 MP captura detalhes aceitáveis em boa luz, enquanto o modo retrato depende excessivamente do sensor de 2 MP para efeitos bokeh.
Concorrência cerrada neste segmento
No patamar dos 90 euros, os rivais do Wildfire E5 Plus apresentam argumentos técnicos mais convincentes. O Redmi 13C e o Samsung Galaxy A05s equipam processadores MediaTek Helio G85 e G99, que superam o Unisoc T606 da HTC em desempenho bruto e eficiência energética. Esta diferença traduz-se em maior fluidez em aplicações multitarefa e jogos casuais.
A ausência de câmara ultra-wide no modelo da HTC contrasta com a oferta da concorrência. Ambos os concorrentes incluem lentes secundárias de grande angular, permitindo captar paisagens ou grupos sem recuar fisicamente – funcionalidade valorizada por utilizadores de redes sociais.
A questão das atualizações de software emerge como desvantagem crítica. Enquanto Xiaomi e Samsung garantem pelo menos dois anos de atualizações de segurança Android, a HTC mantém silêncio sobre suporte futuro para o E5 Plus. Num setor onde vulnerabilidades são exploradas rapidamente, esta omissão pode afastar compradores mais informados.
Perante estas lacunas, a HTC aposta na nostalgia da marca e num design diferenciado para atrair clientes. A estratégia, porém, enfrenta o cepticismo de um mercado onde especificações técnicas e relação preço-desempenho ditam escolhas. A memória de modelos icónicos como o HTC One M7 pode não ser suficiente para compensar hardware menos competitivo em 2025.
Disponibilidade e estratégia de mercado
Lançado a 11 de março no Vietname, o E5 Plus chega através da Hoàng Hà Mobile. A HTC não confirmou expansão para outros mercados, mas fontes industriais sugerem:
- Europa: Possível lançamento via marketplaces como AliExpress em Q2 2025
- América Latina: Parceria com operadoras locais em discussão
- África: Foco em países com infraestrutura 4G consolidada
Curiosamente, o modelo é produzido pela Shenzhen Blands Worlds Technology (ODM), mesma parceira da Nokia e Alcatel. Isso explica componentes partilhados com o TCL 40 SE e o Itel Vision 5 Plus.
Para quem é este telefone?
- Utilizadores que priorizam bateria duradoura
- Quem prefere marcas históricas a startups chinesas
- Público sénior em busca de ecrãs grandes e interface simples
Embora não reinvente a roda, o Wildfire E5 Plus prova que a HTC ainda respira – mesmo que de forma irregular – no competitivo mundo dos smartphones. Resta saber se os consumidores darão mais uma chance à marca que já foi sinónimo de inovação.
Outros artigos interessantes: