A DJI anunciou que confia plenamente nos seus utilizadores para evitar áreas sensíveis como prisões, aeroportos e pontos de referência nacionais. Estas zonas, anteriormente designadas como zonas de exclusão aérea, eram codificadas geograficamente nos drones da DJI, impedindo o voo automático nesses locais. No entanto, a DJI desativou esses controlos na União Europeia no ano passado e agora fez o mesmo nos Estados Unidos.
Numa publicação feita no seu blog oficial, a empresa anunciou que as “Zonas Restritas (ou Zonas de Exclusão Aérea)” foram alteradas para “Zonas de Aviso Melhoradas”. Em vez de impedir automaticamente os drones de voarem para um aeroporto, os utilizadores receberão um aviso de que estão a voar para um espaço aéreo restrito.
A DJI afirma que está a “devolver o controlo aos operadores de drones, em linha com os princípios regulamentares de que o operador tem a responsabilidade final”.
DJI justifica a decisão com a evolução da regulamentação de drones
A DJI justifica esta decisão com a evolução da estrutura regulatória dos drones, que não existia quando a empresa começou a vender os seus gadgets nos Estados Unidos, há mais de uma década.
No entanto, apesar da existência de regras, estas são inconsistentes. Anteriormente, a FAA exigia que todos os utilizadores de drones, independentemente do tamanho, obtivessem um registo do drone, e que se aplicassem a uma licença. Essa regra foi posteriormente anulada, pelo que a maioria dos drones de pequeno porte já não precisa de registo, ou licença.
Esta mudança levanta preocupações sobre a segurança, uma vez que o processo de registo anterior ensinava aos novos utilizadores as regras básicas de voo, como a proibição de voar acima de 400 pés (0,12 km) e em determinadas zonas restritas. O registo também fornecia um nível de responsabilidade, permitindo localizar os drones que voassem em áreas proibidas.
Popularidade dos drones traz responsabilidades muitas vezes ignoradas
A DJI tem uma vasta gama de drones para todos os gostos e estilos de voo, aumentando a preocupação com a segurança, já que nem todos os compradores têm experiência a pilotar drones ou compreendem como evitar que se tornem armas não intencionais de destruição.
Relataram-se casos de drones a voar na trajetória de voo de aviões comerciais, e até mesmo a interferir com aviões de combate a incêndios. Embora estes incidentes possam não ser intencionais, a decisão da DJI de desativar as zonas de exclusão aérea aumenta a probabilidade de tais situações ocorrerem.
DJI poderá estar a correr um grande risco… desnecessário
A decisão da DJI também pode ser vista como um risco, considerando a sua posição já instável no mercado dos EUA. A empresa tem sido alvo de um potencial banimento nos EUA devido a preocupações de que a sua tecnologia possa ser utilizada pelo governo chinês para espionagem.
Embora a DJI tenha conseguido evitar a expulsão até agora, esta nova decisão pode não ser bem recebida pelo governo dos Estados Unidos. A atualização de software entrou em vigor a 13 de janeiro de 2025, o que significa que os céus dos EUA podem tornar-se um “faroeste” para os drones da DJI muito em breve.
Outros artigos interessantes: