A Meta Platforms, empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp, encontra-se no centro de múltiplos processos judiciais que expõem práticas controversas no mercado digital.
Os processos judiciais em curso nos Estados Unidos e na Europa revelam um escrutínio crescente sobre as estratégias de expansão e consolidação da empresa no setor tecnológico.
As ações movidas pela Federal Trade Commission, Comissão Europeia e empresas de media põem em causa as aquisições e práticas comerciais da empresa, questionando o modelo de negócio das grandes plataformas tecnológicas.
Os processos judiciais abordam questões fundamentais sobre concorrência, utilização de dados pessoais e poder de mercado.
Processos judiciais nos Estados Unidos
O Tribunal Distrital do Distrito de Columbia agendou para 14 de abril de 2025 o julgamento promovido pela Federal Trade Commission (FTC) contra a Meta. O processo judicial contesta as aquisições do Instagram em 2012 e do WhatsApp em 2014, argumentando que estas operações visaram eliminar potenciais concorrentes e consolidar uma posição monopolista no mercado das redes sociais.
A génese do processo remonta a 2020, quando a FTC apresentou a primeira queixa. Após uma rejeição inicial em 2021, a agência reformulou a ação, que foi posteriormente aceite. O juiz James Boasberg indeferiu o pedido de arquivamento submetido pela Meta, mantendo a maioria das acusações.
Pressão regulatória na União Europeia
No espaço europeu, a Meta acumula sanções significativas. Em novembro de 2024, a Comissão Europeia aplicou uma multa de 797,7 milhões de euros por abuso de posição dominante. A investigação identificou que a empresa utilizou a plataforma Facebook para promover a aplicação Marketplace, prejudicando concorrentes no mercado de anúncios classificados.
Esta penalização adiciona-se a uma anterior de 1,2 mil milhões de euros, aplicada em maio de 2023, relacionada com transferências de dados pessoais para os Estados Unidos. As ações demonstram o compromisso europeu em regular as práticas das grandes empresas tecnológicas e promover a concorrência no mercado digital.
Litígio em Espanha amplia escrutínio
Em Espanha, a Meta será julgada em outubro de 2025 num processo intentado por 80 empresas de media, reclamando 551 milhões de euros. As empresas alegam utilização indevida de dados pessoais recolhidos entre 2018 e 2023 para obtenção de vantagem competitiva no mercado publicitário.
Este processo judicial representa um dos maiores em Espanha em matéria de concorrência, evidenciando o crescente escrutínio sobre as práticas das plataformas tecnológicas.
Num contexto global, estes processos jdiciais refletem uma tendência de regulação mais rigorosa. As autoridades nos Estados Unidos e na Europa procuram limitar o poder das empresas tecnológicas, abordando questões de monopólio, abuso de posição dominante e proteção de dados pessoais.
As investigações transatlânticas, multas substanciais e processos judiciais visam criar um ambiente digital mais transparente e competitivo, protegendo os interesses de consumidores e empresas no setor tecnológico.
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