Um estudo recente da consultora Oliver Wyman traça um panorama detalhado do consumo digital na Europa, revelando tendências significativas no mercado de streaming e subscrições de serviços de entretenimento.
Subscrições de streaming na Europa em ponto de equilíbrio
Os dados da investigação, que ouviu mais de sete mil consumidores em cinco países europeus, mostram um cenário de estabilização no mercado de streaming. A taxa de adoção mantém-se nos 70%, com média de 1,5 subscrições por pessoa, mas com sinais claros de saturação.
Cerca de 8% dos consumidores equacionam cancelar os seus serviços, enquanto 27% pretendem adicionar novas plataformas. O principal motivo para possíveis cancelamentos reside na escassez de conteúdo, com 55% dos utilizadores a apontar a “limitação de catálogo” como fator determinante.
Variações regionais e potencial de mercado
A geografia do streaming apresenta contornos distintos entre os países europeus. França e Alemanha surgem com as taxas mais baixas de adoção – 65% e 67%, respetivamente – onde um terço dos utilizadores não subscreve qualquer serviço de vídeo.
Em contraste, Espanha, Reino Unido e Itália registam 73% de subscrição. Espanha destaca-se particularmente, com 33% dos consumidores a manifestarem intenção de aumentar o número de serviços nos próximos 12 meses.
Um segmento especialmente interessante são os “super-utilizadores” – consumidores com mais de três subscrições. Em Espanha, 40% destes utilizadores consideram adicionar novos serviços, sinalizando um mercado em potencial expansão.
Além do vídeo: Música e informação
Para além do streaming de vídeo, os serviços de música conquistam a segunda posição em popularidade. Os consumidores mostram recetividade a pacotes combinados, colocando as subscrições de áudio acima das de videojogos.
No campo informativo, a televisão mantém-se como fonte mais credível, enquanto as redes sociais enfrentam níveis consideráveis de desconfiança entre os inquiridos.
Beatriz Lacave, sócia da Oliver Wyman, destaca a oportunidade de crescimento, especialmente entre os “super-utilizadores”, sublinhando o potencial de expansão do mercado através de canais diretos e operadoras de telecomunicações.
O estudo ‘Global Consumer Survey 2024: Media and Entertainment‘ oferece assim um retrato pormenorizado de um mercado em transformação, onde a qualidade de conteúdo se afigura como elemento crucial para a fidelização de utilizadores.
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