A Precision Neuroscience, uma startup focada no desenvolvimento de implantes cerebrais, assegurou recentemente $93 milhões numa nova ronda de financiamento, elevando a sua avaliação para aproximadamente $500 milhões, de acordo com informações divulgadas pela Bloomberg. Esta injeção de capital faz parte de um objetivo maior da empresa, que visa angariar um total de $100 milhões.
Fundada em 2021, a Precision Neuroscience posiciona-se como um competidor no mercado dos dispositivos de interface cérebro-computador, dominado por empresas bem financiadas, como a Neuralink, de Elon Musk, que já arrecadou mais de $685 milhões, e a Science, com um financiamento total de $150 milhões.
Precision Neuroscience: tecnologia inovadora com foco em segurança
O principal avanço tecnológico da Precision é o dispositivo Layer 7 Cortical Interface, que se distingue por não penetrar no tecido cerebral. Este sistema é colocado na superfície do córtex cerebral, minimizando possíveis danos ao tecido. Apesar de ainda não ter aprovação para uso generalizado, o dispositivo está atualmente em fase de revisão regulatória.
A empresa submeteu um pedido de aprovação à Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para uma versão temporária do dispositivo, com o objetivo de obter autorização para lançamento no mercado em 2025. Até ao momento, a tecnologia já foi testada em pacientes durante cirurgias realizadas para outros fins, demonstrando potencial para monitorização cerebral avançada.
Testes em humanos e demonstrações hospitalares
No âmbito dos ensaios clínicos, a Precision Neuroscience realizou, em junho de 2024, o primeiro estudo piloto em humanos, em colaboração com o Rockefeller Neuroscience Institute da Universidade da Virgínia Ocidental (WVU RNI). Neste estudo, os cirurgiões colocaram temporariamente o dispositivo em três pacientes, com o intuito de avaliar a precisão e segurança da tecnologia.
Adicionalmente, durante um procedimento recente no Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, a empresa demonstrou a funcionalidade do seu dispositivo ao colocar quatro matrizes de microeletrodos na superfície do cérebro de um paciente. Cada uma dessas matrizes contém 1.024 eletrodos, totalizando 4.096 eletrodos, o que permite uma deteção detalhada dos sinais neurológicos.
Enquanto isso, a Neuralink, uma das principais concorrentes da Precision Neuroscience, também avançou nos seus testes, tendo implantado um chip no seu segundo paciente humano em agosto de 2024. A competição entre estas empresas reflete o crescente interesse no desenvolvimento de interfaces cérebro-computador, uma área com potencial de transformar o tratamento de doenças neurológicas.
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