A Samsung está a ignorar um segmento crucial do mercado de smartphones dobráveis, mantendo-se focada apenas em dispositivos premium, uma decisão que está a gerar controvérsia no setor tecnológico.
Vendas em queda preocupam analistas
Os números não mentem: a Samsung conseguiu enviar apenas 300 mil unidades do Galaxy Z Fold 6 nas primeiras duas semanas após o lançamento, ficando aquém das expectativas. Um dado ainda mais preocupante é que a maioria dos compradores são utilizadores que já possuíam modelos dobráveis anteriores da marca.
A resistência da empresa sul-coreana em explorar o mercado de dobráveis mais acessíveis surge num momento em que as vendas de smartphones estão em declínio global. Esta posição torna-se ainda mais questionável quando se considera que a Samsung perdeu recentemente a liderança no segmento de dobráveis para a Huawei.
Os especialistas apontam que a combinação de preços elevados, sistemas de câmaras com limitações e questões de durabilidade têm contribuído para a hesitação dos consumidores em adotar esta tecnologia.
Oportunidade desperdiçada pela gigante tecnológica
A criação de um smartphone dobrável mais acessível poderia ser uma solução óbvia para estimular as vendas. A Samsung poderia facilmente desenvolver um modelo mais económico utilizando processadores do ano anterior e reduzindo as especificações das câmaras.
A marca sul-coreana goza de uma confiança significativa entre os potenciais compradores, um fator crucial quando se trata de tecnologia emergente com preocupações de durabilidade. Esta vantagem competitiva poderia ser aproveitada para expandir a base de utilizadores.
Além disso, uma maior escala de produção poderia resultar em economia de custos significativa para a empresa. No entanto, fora alguns rumores sobre um possível Galaxy Z Flip FE, a Samsung mantém-se em silêncio sobre planos para modelos mais acessíveis.
Concorrência aproveita a hesitação da Samsung
Enquanto a Samsung hesita, outras marcas estão a aproveitar a oportunidade. A OnePlus demonstrou ser capaz de oferecer uma experiência premium por um preço mais competitivo com o seu Open. Por outro lado, o Vivo X Fold 3 Pro supera as especificações do modelo da Samsung em vários aspetos, especialmente na qualidade fotográfica.
A Motorola já comercializa o seu smartphone flip por cerca de 300 euros durante promoções, enquanto a Nubia oferece o Flip 5 por aproximadamente 500 euros. São exemplos claros de que é possível criar dobráveis mais acessíveis.
Há também expectativa em relação à Google, que tem demonstrado capacidade de lançar versões económicas dos seus smartphones mantendo características premium essenciais. Uma eventual versão mais acessível do Pixel Fold poderia ser o catalisador necessário para impulsionar a adoção em massa de dobráveis.
A intransigência da Samsung em manter-se apenas no segmento ultra-premium pode custar-lhe caro. Com uma concorrência cada vez mais diversificada e competente, a liderança da empresa no mercado de dobráveis pode estar com os dias contados caso não reveja a sua estratégia.
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