O conceito de cidades inteligentes está a ganhar terreno em todo o mundo, com uma promessa de maior eficiência, sustentabilidade e gestão urbana avançada.
Estas cidades utilizam tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e redes 5G para serviços urbanos como a gestão do trânsito, a distribuição de água e a resposta a emergências.
No entanto, a integração tecnológica também traz riscos, com as infraestruturas interligadas a tornarem-se vulneráveis a ciberataques, segundo a Check Point® Software Technologies, empresa especializada em cibersegurança.
O mercado global de cidades inteligentes está em expansão, com previsões de receitas a atingir 72,52 mil milhões de dólares em 2024, de acordo com a Statista. Esta tendência é impulsionada por governos que veem potencial nestas soluções para promover a sustentabilidade e o crescimento económico. Países como Singapura, Coreia do Sul e China já lideram estas iniciativas, enquanto a Alemanha investiu mais de mil milhões de euros no desenvolvimento de tecnologias urbanas.
Cidades inteligentes: ameaças cibernéticas em destaque
A interconectividade das cidades inteligentes, embora traga benefícios, apresenta um alvo alargado para cibercriminosos. Ataques de ransomware a infraestruturas críticas estão a tornar-se mais comuns, interrompendo serviços essenciais e colocando as autoridades em situações delicadas de negociação para restaurar o funcionamento.
Um exemplo real ocorreu em Oldsmar, na Florida, em 2021, quando hackers tentaram envenenar o abastecimento de água, sublinhando os riscos associados à manipulação de infraestruturas vitais.
Outra preocupação significativa são os sistemas de segurança pública, como os de alerta de emergência e videovigilância, considerados vulneráveis. Uma violação pode resultar em falsos alarmes ou atrasos nas respostas a emergências, comprometendo a segurança da população.
As cidades inteligentes recolhem também vastas quantidades de dados pessoais, desde informações de saúde a hábitos de transporte, aumentando o risco de violações de privacidade.
Estratégias para um futuro seguro
Garantir a segurança das cidades inteligentes exige medidas preventivas. Adotar uma abordagem de “segurança desde a conceção” na implementação de tecnologia, investir na formação de profissionais em cibersegurança e promover a colaboração entre setores são ações essenciais.
A sensibilização pública também desempenha um papel importante, com campanhas para educar os cidadãos sobre práticas de segurança cibernética.
Planos de resposta a incidentes devem estar preparados, permitindo às cidades reagir rapidamente e mitigar o impacto de ataques. Rui Duro, Country Manager em Portugal da Check Point Software Technologies, sublinha a importância de uma abordagem proativa, defendendo a necessidade de proteger infraestruturas essenciais e os dados dos cidadãos para assegurar a resiliência das cidades do futuro.
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