Pequenas e médias empresas representam boa parcela da economia brasileira e devem seguir práticas financeiras com muita atenção para manter os bons resultados da categoria
As pequenas e médias empresas (PMEs) representam 30% do PIB do Brasil, gerando cerca de 55% das ocupações formais do país – um total de 16 milhões de pessoas. As informações são do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Prova disso é o bom faturamento das PMEs. No primeiro trimestre de 2024, o lucro das empresas dessa categoria foi 11,5% mais alto do que no mesmo período do ano passado, de acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs).
Para se manter nessa linha de crescimento, o cuidado com as finanças é essencial. Veja a seguir uma série de práticas e ferramentas que podem auxiliar na estabilidade financeira e no sucesso das PMEs.
Fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o registro de movimentações nas contas da empresa, tanto de entrada quanto de saída. Inclui despesas básicas e adicionais, vendas, investimentos, financiamentos, gastos emergenciais, etc.
Isso permite uma visão clara e prática das finanças. Considerando margens mais enxutas, típicas desse tipo de empresa, isso é algo de extrema importância para que as PMEs se mantenham equilibradas.
Administrar o fluxo de caixa é a base para o sucesso de qualquer empresa, o que requer algumas práticas diárias:
- Registros minuciosos e atualizados de todas as entradas e saídas de dinheiro
- Monitoramento sucessivo (recomenda-se que as análises sejam feitas, no mínimo, semanalmente)
- Criar projeções que se encaixam na realidade da empresa, também levando em conta cenários externos, como aquecimento do mercado e acontecimentos de cunho social, político e econômico
- Uso de ferramentas para simplificar a manutenção monetária
Redução de custos
Reduzir custos é uma das maneiras mais eficientes de manter a saúde financeira. A depender da operação interna, cada empresa tem suas próprias necessidades e melhores práticas de economia.
Ainda assim, de modo geral, as PMEs se beneficiam das seguintes aplicações:
- Planejamento financeiro: estimativas de lucros e despesas, organização de empréstimos e financiamentos, elaboração de planos de ação para situações emergenciais
- Administração de estoque: análise logística regular, otimização de espaços e processos, descarte de mercadorias obsoletas, avaliação de produtos mais e menos populares
- Negociação com fornecedores: para conseguir melhores preços, condições de pagamento e melhoria de serviços
- Contenção de despesas básicas: corte de gastos desnecessários, controle do uso e/ou renegociação de planos de internet, luz, água, telefone, etc.
- Utilização de tecnologia: plataformas digitais que podem diminuir os esforços e a mão de obra para a realização de tarefas cotidianas
Vale mencionar que investir em profissionais, serviços, fornecedores e ferramentas de qualidade também é uma forma de redução de custos. Mesmo que manter esses recursos tenham custos consideráveis, os resultados podem compensar pelos resultados conquistados e ainda evitar prejuízos. Como diz o ditado, o barato pode sair caro.
Aumento de lucratividade
O objetivo de qualquer empresa, independentemente do porte, é aumentar a lucratividade. Novamente, as estratégias variam de acordo com as características de cada companhia, mas algumas ações de vendas e marketing se mostram promissoras:
- Conteúdos de qualidade na internet (posts de redes sociais, artigos de blog, e-books…)
- Definição de identidade visual
- E-mail marketing
- Anúncios online (redes sociais, Google Ads)
- Automatização de atendimento (WhatsApp Business, chatbots)
- Comunicação personalizada e humanizada
- Parcerias estratégicas com outras empresas e até influenciadores do setor de atuação da PME
- Lançamentos de novos produtos e serviços
- Aproveitamento das datas de grande apelo comercial (Dia do Consumidor, Dia do Comprador, Black Friday…)
- Promoções e condições diferenciadas de pagamento
- Treinamentos para melhor capacitação dos times de vendas
Apesar de tudo isso, os lucros só crescem de verdade quando a empresa oferece produtos ou serviços que sejam de qualidade e que realmente atendam os desejos e carências dos compradores.
Pesquisas de mercado, conhecimento profundo do público-alvo, construção de autoridade e boas referências também são elementos de grande valor para a conquista e fidelização de clientes.
Consulta de CNPJ
Antes de fechar colaborações ou assinar contratos com fornecedores – entre outros relacionamentos B2B (de empresa para empresa) –, as PMEs podem evitar muita dor de cabeça ao consultar o CNPJ de possíveis parceiros.
Isso serve para verificar dados importantes de uma companhia, como sua existência, inscrição na Junta Comercial e INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), movimentações na Receita Federal, alvará de funcionamento, histórico de dívidas, problemas com a Justiça, etc.
Essa consulta de informações permite maior noção sobre o comportamento e a saúde financeira das empresas, algo muito útil para reduzir os riscos de débitos e fraudes, bem como para estabelecer acordos de negócios mais seguros para todas as partes envolvidas.
As PMEs também podem consultar os próprios CNPJs para conferir sua situação e providenciar reparações sobre qualquer tipo de irregularidade que possa existir.
Ferramentas de gestão financeira para PMEs
Considerando a movimentação do dia a dia e a quantidade de demandas que acontecem em uma empresa, não é difícil perder detalhes que podem custar caro.
Uma maneira de manter tudo em seu devido lugar é com o auxílio de ferramentas de gestão financeira que contam com diferentes funções, como controle de fluxo de caixa, agendamento de pagamentos, armazenamento de notas, geração de relatórios, cadastro de clientes, registro de vendas, vistoria de estoque, etc.
Existem diversos softwares no mercado, como:
- Quickbooks
- Conta Azul
- Tiny
- Omie
- Xero
Ferramentas de planilhas (Excel, Google Sheets) e gestão de tarefas (Notion, Trello, Asana, Monday) também são muito úteis.
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