A IBM e o World Wide Fund For Nature (WWF) – Alemanha anunciaram uma parceria com o objetivo de desenvolver uma solução tecnológica que visa apoiar a monitorização de espécies ameaçadas, começando pelos elefantes africanos da floresta.
Este elefante, cuja população tem diminuído significativamente nas últimas décadas, encontra-se atualmente em perigo crítico de extinção, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Aplicação da IA na identificação e monitorização dos elefantes africanos
A colaboração entre a IBM e a WWF resulta na criação de uma solução que utiliza a tecnologia de Inteligência Artificial (IA) para melhorar a monitorização dos elefantes africanos da floresta.
Esta solução baseia-se no software IBM Maximo Visual Inspection (MVI), que permite a análise de imagens capturadas por armadilhas fotográficas. Através deste processo, a IA consegue identificar elefantes africanos individuais de forma precisa, recorrendo à análise de características específicas como a cabeça e as presas, semelhante ao reconhecimento de impressões digitais nos seres humanos.
Além disso, a IBM Environmental Intelligence será utilizada para detetar biomassa acima do solo e níveis de vegetação em áreas onde os elefantes estão presentes, auxiliando na previsão das suas futuras localizações e na quantificação dos serviços NCP que fornecem.
A tecnologia também será capaz de avaliar o valor financeiro das contribuições da natureza para as pessoas (NCP) fornecidas pelos elefantes africanos, como o sequestro de carbono, reconhecendo o seu papel crucial na manutenção de ecossistemas saudáveis.
Capital natural: um ativo para a sustentabilidade
A IBM e o WWF também planeiam explorar produtos e serviços inovadores para ajudar organizações a utilizar o capital natural – os stocks mundiais de bens naturais, incluindo geologia, solo, ar, água e toda a vida selvagem – para acelerar o seu progresso em termos de sustentabilidade.
Um único elefante da floresta africana, por exemplo, pode aumentar a capacidade líquida de captura de carbono da floresta em mais de cem hectares, o equivalente a remover da atmosfera as emissões de mais de dois mil carros em um ano.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), esse valor pode chegar a 1,75 milhões de dólares por elefante, considerando o sequestro de carbono e outros serviços ecossistémicos que ele proporciona.
Tecnologia e conhecimento ao serviço da conservação
“Na IBM, esforçamo-nos por ter um impacto duradouro e positivo no mundo dos negócios, no nosso ambiente e nas comunidades em que trabalhamos e vivemos”, afirmou Oday Abbosh, Líder Global de Serviços de Sustentabilidade da IBM Consulting. “A nossa colaboração com a WWF marca um passo significativo neste esforço. Ao combinar a nossa experiência em tecnologia e sustentabilidade com a experiência em conservação da WWF, pretendemos aproveitar o poder da tecnologia para criar um futuro mais sustentável”.
“A contagem dos elefantes da floresta africana é difícil e dispendiosa”, acrescentou Thomas Breuer, Coordenador do Elefante da Floresta Africana, da WWF Alemanha. “Ser capaz de identificar elefantes individuais a partir de imagens de armadilhas fotográficas com a ajuda da IA tem o potencial de ser um fator de mudança”.
A parceria entre a IBM e o WWF representa um passo importante na utilização da tecnologia para a conservação da vida selvagem e na luta contra as alterações climáticas.
Ao combinar a experiência em tecnologia e sustentabilidade da IBM com a expertise em conservação do WWF, a iniciativa busca criar um futuro mais sustentável, em que a tecnologia desempenha um papel fundamental na proteção do meio ambiente e na valorização do capital natural.
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