Jovens investidores investem em negócios que estão em estágio inicial e oferecem produtos e serviços de impacto social.
Startups são empresas inovadoras que oferecem soluções escalonáveis e estão cada vez mais presentes no mercado. Só no Brasil, são mais de 12 mil empreendimentos do tipo, conforme a Associação Brasileira de Startups (ABStartup).
NuBank, Gympass e Uber são exemplos bem sucedidos desse modelo de negócios, que atrai investidores, sobretudo, pela promessa de retornos financeiros expressivos. Para investir, há duas opções: o investimento em ações ou o crowdfunding.
Ambos são validados pela Bolsa de Valores (B3) e proporcionam oportunidades distintas para os investidores. Enquanto as ações permitem adquirir uma participação em empresas já estabelecidas e listadas na bolsa, o crowdfunding oferece a chance de apoiar startups em estágios iniciais de desenvolvimento.
Na prática, a aquisição de ações de uma empresa é feita pelo home broker da B3, uma plataforma digital que permite ao investidor dar ordens de compra e venda dos papéis pela internet. Já o crowdfunding funciona como uma espécie de financiamento coletivo, semelhante aos modelos de “vaquinhas online”. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), há mais de 60 plataformas de crowdfunding regulamentadas no país.
A segunda opção tem sido a preferência dos investidores mais jovens, segundo informações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Eles procuram, principalmente, por empresas que ofereçam impacto social por meio dos produtos ou serviços.
Crowdfunding com tokens
De olho nas mudanças do mercado, a B3 anunciou, em abril, sua entrada no mercado de ativos tokenizados para plataformas de crowdfunding. A mudança ocorreu logo após a autorização da CVM para que a companhia disponibilizasse a tecnologia.
Agora, os Contratos de Investimento Coletivo (CICs) e os ativos emitidos nas plataformas de crowdfunding durante as captações primárias serão tokenizados. A tecnologia permite maior divisibilidade e liquidez dos ativos, além de oferecer maior transparência e segurança nas transações.
Dessa forma, os investidores poderão negociá-los de forma mais fácil, sem as limitações dos processos tradicionais. A iniciativa pretende democratizar o acesso aos investimentos em startups e pequenas empresas.
O CEO da B3 Digitais, Jochen Mielke de Lima, afirma que a solução será adaptável às necessidades de cada cliente, possibilitando um ambiente mais seguro para o setor de crowdfunding. “O uso de plataformas de financiamento coletivo, muitas vezes, é o primeiro passo das empresas no mercado de capitais”, disse em entrevista à imprensa.
Bolsa de valores de startups
Outra alternativa para os investidores é o Mercado de Startups SMU, que opera de forma semelhante à bolsa de valores tradicional. Trata-se de um projeto-piloto da CVM, em parceria com a SMU Investimentos, em que os investidores têm a oportunidade de adquirir cotas de pequenas e médias empresas listadas, a partir de R$10.
Ao estabelecer um ambiente organizado, a SMU espera que os investidores possam negociar suas cotas diariamente para equilibrar a liquidez de negócios menores àquela presente no mercado de capitais. Dessa forma, o CEO do empreendimento, Pedro Rodrigues, busca oferecer uma oportunidade para os investidores diversificarem as carteiras e participarem do crescimento de startups.
Apesar de se assemelhar à bolsa de valores tradicional, o formato apresenta algumas diferenças em relação à volatilidade dos ativos. Se no mercado de ações de empresas públicas os investidores procuram comprar a um preço e vender por um valor superior, no ambiente das startups, a dinâmica pode ser diferente, já que não há um valor de mercado estabelecido. Funciona mais como uma espécie de marketplace, onde as negociações acontecem diretamente entre os investidores, sem uma precificação estabelecida.
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