Inês Ventura, investigadora e doutoranda da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, conquistou o segundo lugar na primeira edição dos Troféus Clima e Biodiversidade da Fundação Maud Fontenoy.
O projeto premiado propõe o desenvolvimento de bioadesivos inovadores, inspirados na cola natural produzida por ouriços do mar.
Cola Marinha: uma alternativa promissora para a medicina
A cola dos ouriços do mar apresenta propriedades adesivas únicas, mesmo em ambientes úmidos, tornando-a uma alternativa promissora para uso em cirurgias.
O projeto de Inês Ventura procura replicar essa cola em laboratório, identificando e reproduzindo as proteínas responsáveis por suas características.
“Atualmente a utilização de pontos ou suturas em algumas cirurgias, por exemplo, em tecidos moles, ainda tem algumas desvantagens. Nestes casos os pontos são substituídos por adesivos ou colas cirúrgicas: existem dois tipos, os sintéticos que apesar de eficazes são tóxicos e os biológicos que são mais biocompatíveis, mas a força adesiva não é tão forte”, explica a investigadora e doutoranda Inês Ventura. Este projeto inspirado na vida marinha ambiciona juntar o melhor dos dois mundos: “É uma solução que reúne todas as vantagens: é eficaz na presença de fluídos e tem elevada força adesiva. Também estamos a tentar que tenha uma produção ecologicamente sustentável.”
Potencial de aplicação em diversas áreas
A aplicação inicial dos bioadesivos seria em cirurgias, substituindo suturas e pontos em tecidos moles. No entanto, o potencial da tecnologia se estende a outras áreas, como nanotecnologia, robótica e medicina regenerativa.
Reconhecimento e investimento no futuro da ciência
O prêmio de dez mil euros recebido por Inês Ventura será investido no desenvolvimento da pesquisa, iniciada há quatro anos durante seu mestrado. O reconhecimento internacional ressalta a importância do projeto e seu potencial para revolucionar diferentes setores da ciência e tecnologia.
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