Josh Sawyer, diretor do aclamado jogo “Fallout: New Vegas”, diz-se indiferente quanto à forma como a recente adaptação a série de televisão gere as histórias e conteúdos da sua obra. Apesar dos fãs temerem mudanças drásticas no cânone do jogo, Sawyer distancia-se da nova versão.
“Compreendo a preocupação dos fãs ao verem a série a tomar liberdades criativas, mas para mim o jogo que fizemos existe e será sempre imutável. Não me preocupo com rumos criativos que estão fora do meu controlo”, afirma.
“Para mim, nunca foi verdadeiramente meu”
Sawyer, que se orgulha do trabalho feito em New Vegas, sublinha: “Não vejo estas propriedades intelectuais como minhas. Se outros criadores as quiserem adaptar ou reinventar, é direito deles. Tenho as minhas opiniões sobre o que é feito, mas não sinto qualquer necessidade de controlar o futuro da série Fallout”.
O diretor da Obsidian Entertainment tem uma longa carreira marcada por projetos ambiciosos que acabaram cancelados inesperadamente. Essa experiência levou-o a desenvolver o que descreve como “distância emocional” em relação ao próprio trabalho: “Às vezes não controlamos o destino dos jogos. Por isso, não posso desesperar quando as coisas correm mal”.
De Black Isle a Obsidian: jogos icónicos, obstáculos superados
A ligação de Sawyer à série Fallout remonta aos estúdios Black Isle, onde esteve na equipa que iniciou o desenvolvimento do cancelado Fallout 3 original (Van Buren). A sua grande oportunidade chegou com Fallout: New Vegas onde a Obsidian aproveitou o motor de Fallout 3, criando um jogo focado nas dinâmicas narrativas e na liberdade de escolha.
Apesar de ter colhido grande popularidade junto dos fãs, “Fallout: New Vegas” foi inicialmente criticado pela semelhança técnica a Fallout 3. Contudo, a riqueza das escolhas, diálogos e consequências narrativas acabaram por tornar este jogo num clássico para muitos.
Legado que se mantém
Josh Sawyer parece, assim, resignado a que as suas obras tenham uma vida para lá do seu controlo. Embora se orgulhe dos jogos em que trabalhou, a sua visão profissional e pragmática não permite que se sinta dono da narrativa além dos limites do seu trabalho realizado.
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