A combinação de dados de vários serviços da Google pode se tornar vantajosa de forma a perceber por exemplo o que o usuário pesquisa no motor de busca da empresa de Mountain View. Contudo, esta prática pode trazer sérios problema de privacidade a quem usufrui dos serviços da Google. Pelo menos é esta a opinião de responsáveis da União Europeia que prometem agir contra a mudança da nova política de privacidade da Google.
A União Europeia (UE) pretende tomar medidas contra a Google derivado ao facto do gigante tecnológico ter mudado a sua política de privacidade web. Este cenário foi avançada pelo órgão regulador Francês da privacidade (CNIL). A razão principal desta tomada de decisão da UE prende-se pelo facto de em Março, a Google ter começado a combinar o processamento de dados de todos os seus sites de modo a melhorar o seu sistema de anúncios.
Esta decisão não agradou alguns reguladores de países europeus, que interpretam esta decisão como “alto risco” para a privacidade das pessoas. Aliás em Outubro de 2012, foi dada à empresa um prazo de quatro meses para rever a sua política de privacidade. Apesar disso a Google insistiu em manter a mesma devido a entender que as suas políticas estavam em conformidade com a legislação da UE.
A nova política foi implementada após a Google ter combinado cerca de 60 políticas de privacidade separadas em uma única política comum a todos os serviços.
A reguladora CNIL referiu que o gigante da internet ainda não realizou as mudanças exigidas pelos reguladores.
“O Google não forneceu quaisquer respostas precisas e eficazes. Neste contexto, as autoridades da UE responsáveis pela protecção de dados estão comprometidas a agir e continuar suas investigações. Portanto, a UE propôs a criação de um grupo de trabalho, liderado pela CNIL, de modo a coordenar a sua reacção, que deverá ter lugar antes do Verão”.
Apesar das acusações da CNIL a Google referiu que respeitou a legislação europeia:
“Estamos envolvidos plenamente com a CNIL em todo este processo, e vamos continuar a fazê-lo daqui para a frente”.
No total, 12 recomendações foram descritas em uma carta assinada por 24 dos 27 reguladores da UE, após uma investigação de nove meses sobre as práticas de recolha de dados da Google.
Entre as alterações propostas destacam-se as seguintes:
- Google deve “reforçar o consentimento dos usuários”. Esta proposta sugere que o consentimento de ser realizado implicitamente. Os membros devem poder escolher em que circunstâncias os seus dados serão combinados, sendo lhes possibilitado um mecanismo de configuração por botões dedicados.
- A empresa deve oferecer uma ferramenta de “opt-out” centralizada e permitir aos usuários a decidir qual dos serviços do Google pode fornecer dados sobre eles.
- Google deve adaptar as suas próprias ferramentas para que possa limitar os dados a usar apenas para fins autorizados dos seus usuários. Por exemplo, a empresa poderá utilizar dados intercalados de uma pessoa para melhorar os esforços de segurança, mas não para criar as suas campanhas de publicidade ajustadas ao usuário.
Algumas destas propostas parecem inaceitáveis por parte da Google, principalmente as duas últimas propostas que terão um impacto negativo nas receitas da empresas que como é de domínio público advêm principalmente do sistema publicidade e dos seus afiliados. De qualquer forma, a UE mais uma vez demonstra que é um órgão que claramente se preocupa com a privacidade dos seus países. E como a privacidade aliada à segurança são tópicos de levada controvérsia actual, especialmente quem e porquê tem acesso às nossas vidas “electrónicas” esta regulação torna-se da maior importância para qualquer cibernauta.
Via BBC
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