As últimas propostas elétricas do Grupo Stellantis (Citroën, Peugeot, Opel, Fiat, Jeep…) não foram particularmente excitantes. Desde o novo Astra ao Jeep Avenger, passando pelo Fiat 600e, nada parecia competitivo num mercado em que o Tesla Model 3 custa 39.900€.
Pior, todos os modelos acima referidos foram criados em plataformas pensadas para veículos a combustão, resultando em EVs com pouco espaço para os passageiros no banco traseiro e, até, “túneis” de uma inexistente transmissão que torna o lugar central atrás particularmente desconfortável.
Contudo, desde o passado dia 17 de outubro que tudo mudou. O novo Citroën ë-C3 é, ao mesmo tempo – e finalmente! – acessível e sem compromissos.
A marca francesa apresenta a nova geração do C3 como “o primeiro automóvel elétrico europeu acessível” e, de facto assim é: o carro pode desde já ser encomendado (entregas no segundo trimestre de 2024) em Portugal e em vários outros países europeus por 23.300 euros.
O segredo consiste numa nova plataforma flexível, apropriadamente designada Smart Car Platform que, ao contrário do que acontecia até agora, foi pensava primeiro para veículos elétricos a bateria (BEV) e não o contrário. Melhor ainda: a plataforma irá ser usada no grupo para criar EVs de outras marcas igualmente abaixo dos 30.000 euros.
Versões e tecnologia do Citroen e-C3
No caso específico do ë-C3, há para já duas versões, ambas com a mesma bateria de 40 kWh (química LFP) e autonomia WLTP de 320 Km. Um modelo com preço prometido de apenas 19.900€ e autonomia de 200 Km está previsto para o início de 2025.As duas versões já disponíveis designam-se YOU e MAX.
A versão YOU consegue o preço mais agressivo graças a algumas escolhas, no mínimo curiosas. Claro que tem menos equipamento, como sempre acontece em qualquer modelo de qualquer marca, mas há uma decisão que nunca vimos até agora: esta versão de entrada não tem qualquer ecrã central para navegação, mas apenas um suporte para o smartphone!
Ou seja, a ideia é mesmo usar o telemóvel para navegação e música (o carro continua a ter conectividade Bluetooth) como acontece com o pequeno quadriciclo AMI. Para desfrutarmos de mais equipamento e tecnologia, é preciso desembolsar os 27.800€ pedidos para a versão MAX.
Conclusão: não foi preciso “esperar pelos chineses”: foi mesmo uma empresa europeia, conhecida por “pensar fora da caixa”, a resolver a quadratura do círculo.
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