O Banco de Portugal deu um passo significativo em direção ao futuro, anunciando a segunda Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho, com planos ambiciosos a serem implementados até 2025. Com a chegada do Euro Digital, a economia portuguesa está prestes a experienciar uma transformação abrangente, moldando o futuro das transações financeiras no país.
Esta nova estratégia, delineada pelo Fórum para os Sistemas de Pagamentos (FSP), visa não apenas introduzir o Euro Digital, mas também estabelecer a obrigatoriedade das empresas aceitarem métodos de pagamento eletrónicos. Esta transição, esperada para os próximos dois anos, irá certamente modificar a forma como consumidores e empresas interagem diariamente.
Entre as inovações, está a expansão do “MB Way”, que permitirá transferir dinheiro utilizando apenas o número de telemóvel, e a implementação de uma solução de proxy lookup no contexto do SICOI. Isto possibilitará uma maior abrangência e flexibilidade nos pagamentos, simplificando o processo para todos os utilizadores.
Novas soluções facilitam transações com o Estado
Outro marco desta estratégia é facilitar os pagamentos ao Estado, alargando o leque de soluções eletrónicas disponíveis. Isto garantirá acessibilidade a estas soluções tanto para cidadãos nacionais como estrangeiros, promovendo uma maior inclusão financeira.
Os utilizadores poderão também desfrutar da funcionalidade request-to-pay (RTP), que será implementada para transferências na comunidade nacional, em linha com os requisitos europeus. Esta funcionalidade promete revolucionar a forma como os pagamentos são recebidos e efetuados, tornando as transações mais rápidas e eficientes.
Telemóveis e QR codes: instrumentos de pagamento do futuro
O futuro dos pagamentos está nas nossas mãos, literalmente. A estratégia propõe dinamizar soluções de pagamento tap-to-phone e similares, transformando os nossos smartphones em terminais de pagamento. Além disso, será realizada uma análise sobre a criação de um padrão harmonizado europeu de QR Codes para transferências imediatas, adaptando-se assim às necessidades nacionais.
Euro digital: uma realidade próxima?
A grande novidade é, sem dúvida, a preparação para a implementação do Euro Digital, uma iniciativa que será apoiada caso o Banco Central Europeu decida avançar com a sua emissão. Esta moeda digital promete trazer uma revolução financeira, permitindo um maior controlo sobre as transações e reduzindo a dependência de dinheiro físico.
A preocupação com a segurança está no cerne desta estratégia. Será introduzida uma funcionalidade que permitirá conhecer o beneficiário ao transferir dinheiro para outra conta, reduzindo o risco de erros e fraudes. Além disso, será analisada a viabilidade de criar um mecanismo de controlo de entidades credoras não idóneas, reforçando a segurança nas transações.
Outra inovação significativa é o desenvolvimento de soluções de e-invoicing, especialmente nos pagamentos a ou de entidades públicas. Isto contribuirá para uma economia mais verde, reduzindo o uso de papel e promovendo práticas sustentáveis.
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