A Google, conhecida mundialmente pela sua vasta gama de serviços e produtos, encontra-se agora no centro de uma disputa legal. O motivo? A tecnologia Chromecast, lançada há dez anos e que rapidamente se tornou num dos produtos mais populares da empresa.
O Chromecast, uma solução flexível que permite o envio de conteúdo entre dispositivos, é agora alvo de um processo judicial que alega que a Google terá roubado a ideia original para a criação desta tecnologia. Segundo a ArsTechnica, um tribunal no Texas determinou que a Google infringiu três patentes da Touchstream Technologies com o seu Chromecast, ordenando assim que a empresa pague 338,7 milhões de dólares em indemnizações.
As patentes da Touchstream
As patentes em questão, intituladas “Controlo de reprodução de conteúdo num dispositivo de visualização”, descrevem um sistema semelhante ao funcionamento do Chromecast. Este sistema “apresenta e controla” o conteúdo num ecrã, utilizando um “dispositivo pessoal” para “transmitir uma primeira mensagem” através de uma rede, interagindo com um “dispositivo de visualização ligado à rede”.
O fundador da Touchstream, David Strober, afirma que um “protótipo funcional” estava em funcionamento antes do final de 2010 e a patente foi registada em abril de 2011. A Touchstream alega ainda que se reuniu com a Google no final de 2011 e que a proposta de parceria foi recusada em fevereiro de 2012. A Google lançou o primeiro Chromecast em 24 de julho de 2013, ou seja, há dez anos.
A posição da Google
A Google argumenta que as patentes são inválidas pelo princípio da “obviedade” e acrescenta que estas não cobrem todos os métodos de seleção de conteúdo num dispositivo pessoal para visualização noutro ecrã. A empresa também ressalvou que o Chromecast difere das patentes da Touchstream ao utilizar um servidor e um dispositivo de visualização, onde a Touchstream descreve uma entidade separada para o servidor e visualização.
A Google defende-se ainda apontando que o único negócio da Touchstream é tentar monetizar patentes. A Touchstream, por outro lado, nunca lançou um dispositivo usando estas capacidades e não parece ter uma atividade comercial visível atualmente.
Apesar da decisão do tribunal, a Google já confirmou que irá recorrer. Num comunicado, um porta-voz da empresa afirmou: “Discordamos fortemente do veredicto e iremos recorrer. Sempre desenvolvemos tecnologia de forma independente e competimos com base no mérito das nossas ideias, e continuaremos a defender-nos contra estas alegações sem mérito”.
Outros artigos interessantes: