O presidente da Microsoft, Brad Smith, fez uma comparação ousada no domingo, equiparando o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) à invenção da imprensa.
Em entrevista a Margaret Brennan, da CBS, no programa “Face the Nation”, Smith enfatizou que a IA é uma inovação fundamental que tem o potencial de impulsionar a investigação, a aprendizagem, a comunicação e a análise de dados em múltiplas áreas.
“Quase como a invenção da imprensa”
Brad Smith afirmou: “de certa forma, é quase como a invenção da imprensa que nos leva até aos anos 1400. É fundamentalmente uma invenção que nos pode ajudar a fazer investigação, aprender mais, comunicar mais, analisar melhor os dados e as suas utilizações são quase omnipresentes”.
Para o presidente da Microsoft, a IA pode identificar padrões de dados que escapariam à percepção humana, tornando-se uma valiosa aliada em diversas aplicações, incluindo o diagnóstico médico e a localização de pessoas em situações de catástrofe. Sublinhou que esta tecnologia já faz parte do quotidiano e pode contribuir ainda mais para auxiliar os seres humanos em suas tarefas.
Brad Smith: “um aspirador utiliza a Inteligência Artificial”
O presidente da Microsoft exemplificou o uso da IA com um caso cotidiano: “Se tivermos um aspirador Roomba em casa, ele utiliza a inteligência artificial para navegar pela cozinha, aprendendo a evitar obstáculos. Portanto, a IA não é tão misteriosa como às vezes pensamos. E, ao mesmo tempo, está a tornar-se cada vez mais poderosa”.
Contudo, com a crescente popularidade do software de IA, legisladores e especialistas em tecnologia têm manifestado preocupações sobre o seu uso indiscriminado. No início deste ano, Elon Musk, CEO da Tesla, e um grupo de especialistas pediram uma pausa de seis meses no desenvolvimento avançado da IA, alertando para os possíveis “riscos para a sociedade”.
Manter IA sob controlo humano
Neste contexto, Brad Smith reforçou, na entrevista ao programa “Face The Nation”, a importância de manter a IA sob “controlo humano” para garantir a sua segurança. Ele argumentou que, quando lidamos com algo que possui potencial tanto para o bem quanto para o mal, é necessário implementar mecanismos de controle, assim como colocamos travões de segurança em outras áreas.
“Assim como temos sistemas de travagem e de emergência para lidar com situações perigosas, devemos encarar a IA da mesma forma. Não é porque estamos preocupados com o que ela possa fazer agora, mas sim porque devemos agir antes que ela atinja um ponto crítico”, alertou Smith.
Um debate ético
A declaração do presidente da Microsoft sublinha a relevância do debate ético em torno da inteligência artificial e destaca a necessidade de uma abordagem responsável em relação ao seu desenvolvimento, visando o benefício e a segurança da sociedade.
Com a IA já inserida em diversos setores e seu potencial de expansão, é fundamental que governos, especialistas e empresas colaborem para estabelecer diretrizes claras e políticas regulatórias adequadas, garantindo assim uma integração equilibrada e segura da inteligência artificial em nosso quotidiano.
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