Muitas vezes assumo como missão pessoal contribuir para um mundo mais justo e equitativo. Quanto mais escuto pessoas que viveram ou vivem numa condição social de fragilidade, quanto mais aprendo sobre o tema pobreza, mais percebo que tenho de continuar o caminho com profunda humildade, capacidade de escuta e disponibilidade para a mudança.
Há muito caminho para percorrer. Falta por exemplo desenvolver canais de escuta e um modelo que podendo ser uniformizado para o trabalho na área social ou ambiental à escala mundial, assegure incontornavelmente a possibilidade de ser customizado a cada pessoa e a cada realidade, e responder às necessidades específicas que forem levantadas.
Como cada doente e doença tem o seu remédio, assim podemos ver a pobreza, um mal que exige diferentes “remédios” e soluções. A pobreza em nenhuma das suas formas pode ser generalizada e talvez por isso todos os modelos que abordam este tema baseados em informação apenas quantitativa são muito frágeis e pouco eficazes. Estamos sempre a falar de pessoas como nós, de famílias reais, de vidas que mudam a cada momento e onde nada é estanque. De pessoas que perderam muitas vezes a sua casa, o seu trabalho, que não podem adquirir a sua alimentação em autonomia, mas também que perderam a sua dignidade e na grande maior parte dos casos o acesso os seus direitos como cidadãos. Cada rosto representa uma vida e é singular na sua história.
THF: Uma visão de autossustento
Indo ao encontro da visão e do cumprimento dos objetivos do THF, pretendo que a nossa presença se venha a tornar absolutamente desnecessária junto das pessoas ou comunidades com que trabalhamos, e onde outrora assinalámos a existência de pobreza e a necessidade (e dependência) de caridade todos possam vir a viver uma vida plena em dignidade e autossustento.
No caso da empresa social by THF, o conceito criado prevê o potencial de replicação e internacionalização, e tenho tido aliás várias reuniões com empreendedores sociais na Europa por exemplo, por forma a criarmos sinergias e partilharmos visão, metodologias e também resultados.
Acredito que com a validação jurídica do modelo e os resultados positivos na abertura do quarto sector em Portugal, rapidamente surgirão outras empresas com os mais diversos modelos de negócio e formas de atuação, e só desejo que sempre permaneça viva a visão de fraternidade e de cooperação para o bem comum e sucesso de todos. Sobretudo numa visão partilhada de autossustento.
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