A Lua, o único satélite natural da Terra, está prestes a receber sua primeira rede 4G. A implementação desta tecnologia será executada pela Nokia, em contrato com a Nasa, e o sistema de comunicação sem fio de banda larga vai ser baseado no sistema 4G/LTE.
O projeto originalmente começou em 2018 e não envolvia a Nasa, e sim a Vodafone Alemanha; o objetivo era fornecer uma rede de internet lunar para uma missão privada. No entanto, a missão foi cancelada, pois a empresa responsável pela entrega dos rovers, veículos autônomos utilizados em expedições espaciais, PTScientists, faliu em 2019.
Qual o motivo de implantar uma rede de 4g na Lua?
Em 2020, a Nasa firmou um contrato com a Nokia para o desenvolvimento de uma rede de comunicação de banda larga sem fio lunar, no valor de US$ 14,1 milhões (cerca de R$ 74 milhões). O objetivo desse projeto é fornecer uma rede de dados veloz e confiável para os futuros astronautas que estarão na superfície e em órbita do satélite durante o programa Artemis.
O que é o programa Artemis?
O programa Artemis é uma série de missões espaciais de voo tripulado, desenvolvido pela Nasa e por parceiros internacionais, cujo objetivo é levar a primeira mulher e o próximo homem ao solo lunar em 2024.
O programa é a primeira etapa de uma tentativa de estabelecer, em longo prazo, a presença humana na Lua. O objetivo, que parece tirado de histórias de ficção científica, é criar fundações e uma base habitada para que empresas privadas construam uma economia lunar, além de funcionar como posto avançado para envio de seres humanos para Marte.
Como é feita, atualmente, a comunicação no espaço
O sistema atual de comunicação entre qualquer objeto lançado ao espaço e a Terra é feito por antenas e receptores UHF (Ultra High Frequency); esses sinais, de rádio, em altíssima frequência, são capazes de navegar grandes distâncias e penetrar na atmosfera terrestre, e são os mesmos sistemas utilizados desde o início da corrida espacial, na década de 1960. No entanto, esse sistema é caro e necessita de muitas antenas e satélites para receber e retransmitir as informações da Lua para a Terra, e vice-versa, portanto informações simples que não precisam ser transmitidas de imediato acabam tendo um custo atrelado muito elevado. Com a implantação de um sistema de comunicação nativo na Lua, muitas dessas informações não precisarão ser transmitidas direta e imediatamente para a Terra – elas ficarão retidas e só serão enviadas em grandes pacotes, diminuindo o custo da operação.
Como é feito esse novo sistema?
A primeira estrutura do sistema de comunicação será implantada através de um módulo muito compacto e automatizado, chamado Nova-C, e esse módulo está em desenvolvimento pela startup Intuitive Machines. Vale ressaltar que o módulo em questão tem aproximadamente o tamanho de uma caixa de pizza.
O sistema de internet irá viajar acoplado à lateral do módulo Nova-C, e seu projeto já é preparado para resistir à interferência causada pela radiação; além disso, como todos os equipamentos espaciais, serão enviados sistemas duplicados para substituir o principal, caso ocorra qualquer problema de funcionamento.
A alimentação do sistema é feita por painéis de energia fotovoltaica, cujo método é o mais eficiente para alimentar energia elétrica para componentes em missões de longa duração.
Por que é usado o 4G, e não o 5G?
A ideia de utilizar redes de dados na Lua foi concebida quando a tecnologia de comunicação 5G ainda não existia, portanto foram desenvolvidos sistemas para utilizar a tecnologia 4G, que hoje é amplamente conhecida e confiável. No entanto, os planos são de, quando o sistema estiver implantado e funcionando perfeitamente, substituir os componentes para comportar o 5G e garantir mais velocidade de comunicação.
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