A Samsung Electronics anunciou a sua nova estratégia ambiental na qual define como principais objetivos o alcance de neutralidade carbónica, tanto em emissões diretas como indiretas, à escala empresarial, uma maior implementação do uso de energias renováveis, o investimento na investigação de novas tecnologias de modo a desenvolver produtos cada vez mais eficientes, assim como aumentar a reutilização de água e desenvolver tecnologia de captação de carbono diretamente do ar.
Ao reconhecer a necessidade de abordagens inovadoras em torno da sustentabilidade ambiental, a Samsung Electronics prevê investir mais de 7 biliões de KRW (cerca de 5 mil milhões de euros) nas suas iniciativas ambientais até 2030, entre elas a redução da emissão de gases no processo de fabrico, melhor conservação de água, expansão da recolha de lixo eletrónico, além da redução dos poluentes. Este valor de investimento exclui os custos relacionados com a expansão da utilização de energias renováveis.
“A crise climática é um dos maiores desafios do nosso tempo. As consequências da inação são inimagináveis e exigem a contribuição de cada um de nós, incluindo empresas e governos. A Samsung responde às ameaças das alterações climáticas com um plano abrangente que inclui a redução de emissões, novas práticas de sustentabilidade e o desenvolvimento de tecnologias e produtos inovadores melhores para o nosso planeta.”
Jong-Hee Han, Vice-Presidente e Diretor Executivo da Samsung Electronics.
Neutralidade carbónica, em emissões diretas e indiretas até 2050
A Samsung Electronics planeia atingir a neutralidade carbónica até 2050, sendo que na Divisão DX (Device eXperience) o objetivo deverá ser atingido até 2030. Com esta meta, a Samsung espera reduzir o equivalente a cerca de 17 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e), com base em números de 2021. A Divisão DX engloba os negócios de eletrónica de consumo da empresa, incluindo a eXperience Mobile, Visual Display, Digital Appliances, Networks e Health & Medical Equipment, enquanto que a Divisão DS inclui os negócios de Memória, System LSI e Foundry.
Para impulsionar estes esforços, a Samsung Electronics irá investir fortemente em tecnologias inovadoras para instalações de tratamento que reduzam as emissões de carbono e montar instalações de tratamento nas suas linhas de fabrico de semicondutores até 2030. Assim, a empresa continuará a expandir as instalações de utilização de calor residual e a considerar a introdução de fontes de calor elétrico para reduzir a utilização de caldeiras de GNL.
A Samsung Electronics juntou-se também à RE100, uma iniciativa global dedicada à procura de energia 100% renovável. Como parte deste compromisso, a empresa espera corresponder às necessidades de energia elétrica de todos os mercados internacionais onde opera, fora da Coreia do Sul, com energia renovável dentro de cinco anos, além da implementação de novas práticas sustentáveis.
O objetivo para fazer corresponder a utilização de eletricidade à energia renovável está definido em 2022 para o Sudoeste Asiático e Vietname; 2025 para a América Central e Latina; e 2027 para o Sudeste Asiático, CEI e África. Nos EUA, China e Europa, que já combinam a utilização de energia elétrica com energia renovável, a Samsung Electronics planeia avançar para a expansão dos acordos de compra de energia renovável (PPA).
A RE100 cita a Coreia do Sul, onde muitas das instalações de produção da Samsung Electronics estão sediadas, como um dos países mais desafiantes para a obtenção de energia de fonte renovável. Isto deve-se em parte ao mercado de energias renováveis do país, onde as opções de aquisição continuam a ser limitadas. Além disso, as necessidades de energia elétrica das instalações de fabrico de semicondutores continuam a aumentar com a expansão da capacidade de produção da Samsung Electronics para satisfazer a procura global. No entanto, a empresa visará uma utilização mais pró-ativa da energia renovável, reconhecendo a urgência dos atuais desafios climáticos.
Semicondutores de Ultrabaixa Potência e Produtos Eletrónicos com Eficiência Energética
A Samsung Electronics planeia explorar novas tecnologias de baixa potência para reduzir o consumo quotidiano de energia na eletrónica de consumo. Isto inclui o desenvolvimento de novos chips de memória de ultrabaixo consumo que visam reduzir significativamente o consumo anual de energia dos produtos de memória utilizados em centros de dados e dispositivos móveis até 2025, em comparação com os produtos atuais.
A empresa irá também implementar tecnologias de baixa potência nos principais modelos de sete categorias de produtos – smartphones, frigoríficos, máquinas de lavar, equipamentos de ar condicionado, televisores, monitores e PCs – com o objetivo de diminuir os níveis de consumo de energia numa média de 30% em 2030 em comparação com produtos com as mesmas especificações em 2019.
A Samsung Electronics estabelecerá objetivos de redução das emissões da cadeia de valor a médio e longo prazo. Além disso, a empresa irá concentrar-se em novas abordagens para reduzir as emissões em áreas como as cadeias de fornecimento, logística, e circularidade de recursos, bem como apoiar os fornecedores na definição dos seus objetivos de emissões e esforços de redução.
Maximizar a circularidade dos recursos ao longo de todo o ciclo de vida do produto
A Samsung Electronics criou um novo Laboratório de Economia Circular para realizar uma investigação abrangente sobre tecnologias de reciclagem de materiais e processos de extração de resíduos com o objetivo de aplicar estas tecnologias na maximização da circularidade dos recursos. Além disso, a empresa planeia estabelecer um sistema até 2030 em que os minerais extraídos de todas as baterias de resíduos possam ser recolhidos e reutilizados.
Também até 2030, a empresa pretende que 50% do plástico utilizado nos seus produtos incorpore resina reciclada. No ano 2050, este número aumentará para 100%. O Galaxy Z Fold4 já foi concebido para incorporar plásticos reciclados de redes de pesca descartadas e outros resíduos marinhos, e o sucesso aqui visto será em breve expandido para outros produtos.
Para abordar a sustentabilidade após a utilização do produto, a Samsung Electronics planeia expandir o âmbito do seu sistema de recolha de resíduos eletrónicos de 50 países para cerca de 180 países até 2030. Com isto, a empresa prevê recolher 10 milhões de toneladas acumuladas de resíduos eletrónicos entre 2009 e 2030, o objetivo mais elevado da indústria e 25 milhões de toneladas acumuladas até 2050.
A Samsung Electronics irá também promover ativamente um programa de reciclagem que recolhe os smartphones usados e os reutiliza para outros fins, tais como dispositivos IoT (Internet das Coisas).
Medidas de Conservação da Água e Tratamento de Poluentes
A Samsung Electronics também planeia maximizar a eficiência dos recursos hídricos. À medida que a capacidade de fabrico de semicondutores domésticos se expande, as necessidades diárias de captação de água das operações de semicondutores da Samsung Electronics na Coreia do Sul deverão duplicar em relação aos níveis atuais até 2030. No entanto, a empresa está a comprometer-se a maximizar a reutilização da água, mantendo assim as captações de água atuais para os níveis de 2021.
Para a Divisão DX, a empresa irá promover a reutilização de água através da melhoria das suas instalações de tratamento de água e restaurar a mesma quantidade que consome até 2030 através de projetos de restauração de água, tais como a melhoria da qualidade da água e a restauração dos respetivos cursos.
Simultaneamente, a Divisão DS pretende aplicar novas tecnologias que removam os poluentes do ar e da água emitidos durante o processo de fabrico de semicondutores e tratá-los antes de serem descarregados, para garantir que não tenham quase nenhum impacto adicional sobre o ambiente a partir de 2040.
Em toda a empresa, a Samsung Electronics planeia obter uma certificação de nível zero de resíduos de platina para aterro emitida pela organização global de certificação de segurança Underwriters Laboratories (UL) para todas as operações globais até 2025.
Investir no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para um futuro sustentável
O Instituto de Investigação da Captação de Carbono foi criado dentro do Instituto Avançado de Tecnologia da Samsung (SAIT) em setembro de 2021, o primeiro do seu género na indústria de semicondutores. A principal missão do Instituto é desenvolver e comercializar tecnologias de captação e utilização de carbono que permitam armazenar o carbono descarregado de instalações industriais de semicondutores e transformá-lo num recurso utilizável. As tecnologias desenvolvidas pelo Instituto serão primeiro aplicadas às linhas de produção de semicondutores após 2030 e depois a outras partes da empresa, bem como aos seus fornecedores.
A empresa desenvolverá também tecnologias de ar limpo, incluindo novos sistemas de filtragem, para reduzir a matéria particulada e projeta expandir a sua utilização às comunidades locais a partir de 2030. Além disso, a Samsung Electronics planeia identificar e investir em startups que apoiem tecnologias ecológicas inovadoras. A empresa está também empenhada em fomentar ideias e apoiar projetos que abordem as alterações climáticas através do seu laboratório C-Lab, o programa interno de incubação de empresas.
Responsabilização e Acompanhamento do Progresso
Para assegurar a responsabilização, a Samsung Electronics terá os seus esforços verificados por organizações designadas. O desempenho será avaliado através da participação no sistema de certificação do Samsung Institute of EHS Strategy, e verificado por um Comité de Verificação de Redução de Carbono que inclui peritos externos.
A empresa desenvolveu roteiros de implementação para cada objetivo ambiental, incluindo as metas líquidas zero e de economia circular, e irá acompanhar o progresso e assegurar uma implementação robusta através do Conselho de Sustentabilidade, presidido pelo CEO, e do Comité de Sustentabilidade, composto por diretores externos.
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