O ano de 2021 foi realmente inovador, com muitos novos casos de uso para as criptomoedas. Tecnologias como os NFTs e o metaverso tornaram-se notícias populares e a adoção da blockchain aumentou consideravelmente. Em termos de regulamentação, e consoante as regiões, houve incentivos mas também repressão.
Por exemplo, El Salvador reconheceu o Bitcoin como moeda legal. Nos Estados Unidos, a SEC permitiu que os primeiros Bitcoin ETFs fossem listados na Chicago Mercantile Exchange. O Canadá também lançou seus próprios ETFs de Bitcoin, que são parte essencial da adoção de investidores institucionais.
Os NFTs tiveram enorme sucesso este ano, com exposição e vendas recordes. Aquilo que era um pequeno nicho no mercado cripto nos anos anteriores agora é um tópico amplamente discutido. A Binance lançou sua própria plataforma NFT para atender à crescente procura e as empresas da Fortune 500 estão a investir cada vez mais em NFTs.
Os NFTs também têm uma função no metaverso, outro tópico entre os mais comentados de 2021: gigantes da tecnologia e pequenos desenvolvedores estão a construir um mundo 3D totalmente conectado, com o setor cripto a impulsionar a economia dos projetos. Esta tendência também está relacionada com a Web 3.0, o conceito de descentralização das futuras interações na Internet. Em 2021, grandes organizações e investidores mostraram o seu apoio à implementação de blockchains em interações online, dados, privacidade e finanças.
Os Binance Fan Tokens também ganharam peso, com clubes desportivos como o FC Porto e o S.S. Lazio. A maioria das vendas de 2021 superou as expectativas e os utilizadores e fãs já desfrutam de novos benefícios baseados na tecnologia blockchain. E, ao encerrar o ano, o Bitcoin atingiu um novo recorde de quase 70.000 dólares, em novembro.
Neste artigo adaptado da Binance Academy, vamos passar em revista os principais marcos do mundo dos ativos criptográficos durante 2021.
Introdução: um ano de criptomoedas
Quando falamos de criptomoedas, não existe um ano entediante! Desde NFTs que expressam a imaginação e a criatividade de seus criadores até novos recordes do Bitcoin. O ano de 2021 teve de tudo. Ao que tudo indica, todos se estão a preparar para saltar para o metaverso impulsionado pela blockchain. No entanto, não podemos nos esquecer de todos os outros acontecimentos do ano:
- Regulação das criptomoedas
Ao longo dos anos, as medidas regulatórias das criptomoedas foram-se desenvolvendo gradualmente. Mas em 2021, nem todos os governos tinham o mesmo objetivo em mente. Alguns países, como El Salvador, abraçaram a tecnologia e já aproveitam dos benefícios da integração desta tecnologia na vida quotidiana de todos. Outros, reforçaram a tributação e tratam o setor cripto de forma mais restrita e controlada.
El Salvador
No dia 5 de junho de 2021, El Salvador fez as manchetes de todo o mundo ao anunciar que o Bitcoin tornar-se-ia numa moeda oficialmente reconhecida no país. Desde 7 de setembro de 2021 que todas as empresas foram obrigadas a aceitar BTC como pagamento por bens e serviços. Com este passo, El Salvador foi o primeiro país a adotar o Bitcoin como método de pagamento oficial. Para assinalar o momento, o governo doou 30 dólares em Bitcoin a todos os cidadãos que fizeram o download da carteira de criptomoedas do governo.
El Salvador utiliza o Bitcoin como forma de reduzir as taxas que a sua população paga em remessas de divisas, uma área importante da economia do país, já que muitas famílias recebem dinheiro do exterior (por parte de parentes que emigraram). Além disso, a maioria dos salvadorenhos não tem acesso a serviços financeiros, portanto a blockchain é uma possível solução para este problema.
Globalmente, muitos viram esta mudança como uma forma de reformulação de El Salvador, país que tem uma má reputação devido a problemas com gangues criminosas e à economia clandestina.
Estados Unidos
Além do lançamento de ETFs de Bitcoin (fundo de investimento negociado na bolsa), houve atualizações regulares em relação às áreas de interesse da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Notavelmente, stablecoins e o setor de Finanças Descentralizadas (DeFi) são tópicos em discussão, pois apresentam mais desafios regulatórios do que criptomoedas como o Bitcoin. É bem provável que veremos grandes anúncios no próximo ano sobre a regulação dessas duas áreas.
- ETFs de Bitcoin
Alguns consideram que a criação e a regulação de ETFs de Bitcoin são a chave para a introdução das criptomoedas aos investidores tradicionais. Ao contrário dos investidores privados, as instituições altamente regulamentadas não podem simplesmente abrir uma carteira e começar a negociar criptomoedas. Em 2021, assistimos ao lançamento de ETFs de Bitcoin no Canadá e nos EUA, após muita discussão com as entidades reguladoras. Um ETF permite a exposição do seu portfólio ao Bitcoin, sem a necessidade de possuir o ativo propriamente dito. Muitos ETFs de Bitcoin, como o BITO dos EUA, na verdade usam futuros de BTC como ativo subjacente do ETF.
A SEC favoreceu ETFs de futuros vinculados aos já existentes futuros de Bitcoin da Chicago Mercantile Exchange (CME). Esses derivativos são altamente regulamentados nos EUA e possibilitam que os ETFs tirem partido disso. Existem atualmente três opções de ETF com base nos Estados Unidos e a possibilidade de fundos fisicamente garantidos deve ser implementada no futuro.
- Tokens não fungíveis (NFTs)
Embora os NFTs não sejam nenhuma novidade no mundo da blockchain, eles tiveram um ano de muito destaque. Em março, tivemos a venda do NFT mais caro do mundo: “Everyday: The First 5.000 Days”, de Beeple (o nome artístico de Mike Winkelmann), por 69 milhões de dólares. Simultaneamente, a popularidade dos jogos NFT também cresceu muito.
Estabelecer autenticidade e originalidade pode ser um desafio, mas a tecnologia blockchain proporcionou um método de verificar a raridade de itens digitais. Ela resolveu os problemas de cópia não-autorizada e a dificuldade de comprovar a autenticidade de ativos e ficheiros digitais. Com a enorme quantidade de casos de uso, os desenvolvedores experimentam a tecnologia de NFTs em todos os setores e podemos esperar grandes novidades em 2022 e nos anos seguintes.
- O metaverso
Depois da ascensão dos NFTs no início do ano, tivemos outra grande tendência em 2021: o metaverso. O principal motivo para a enorme popularidade do metaverso é o interesse das grandes empresas de tecnologia. Em 28 de outubro, o Facebook (a empresa, não a rede social com o mesmo nome!) mudou o seu nome para Meta e apresentou a sua visão de um universo virtual 3D que conecta vários aspetos das nossas vidas. Podemos ver esse aumento de popularidade nas pesquisas do Google Trends.
A Meta não é a única empresa a pensar nisso. O conceito de metaverso existe há anos e muitos projetos cripto criaram seus próprios mundos de metaverso. Na Decentraland, por exemplo, os utilizadores podem explorar um mundo 3D, comprar terras virtuais e até mesmo ganhar a vida com os mecanismos do modelo play-to-earn (jogar para ganhar). Jogos blockchain como o Axie Infinity também oferecem métodos de obtenção de um rendimento estável, jogando. Ainda não temos um metaverso totalmente consolidado, mas as peças estão a começar a encaixar-se.
- Web3
Web3 é o conceito de uma nova versão da Internet baseada em blockchains públicas como a Ethereum ou a Binance Smart Chain. O termo foi criado em 2014 por Gavin Wood, cofundador da Ethereum e fundador da Polkadot. No entanto, foi neste ano que o conceito começou a ganhar força, especialmente com o endosso por parte de grandes empresas de investimentos como a Andreessen Horowitz, por volta de outubro de 2021.
A ideia do Web3 é usar a descentralização como base para desenvolvimento de novas funcionalidades da Internet. Mas qual é a diferença entre os conceitos de Web3 e metaverso? Bem, o metaverso pretende criar um mundo 3D totalmente conectado; já a Web3 concentra-se mais na maneira como utilizamos a Internet para controlar e gerir a nossa identidade, informações pessoais e interações. Websites e aplicações também usarão big data para melhorar a experiência online.
NFTs, DAOs (organizações autónomas descentralizadas) e o setor DeFi; todos estão a tornar-se ferramentas essenciais relativamente à forma como usamos a Internet. Assim como os e-mails, o PayPal e a 2FA (autenticação de dois fatores) foram essenciais para a Web 1.0 e a Web 2.0.
- Fan Tokens
Em 21 de outubro de 2021, a Binance ajudou a lançar o primeiro Binance Fan Token através do Launchpad em parceria com o clube de futebol italiano S.S. Lazio. Em novembro, foi a vez de ser lançado o Fan Token do F.C. Porto.
O ano de 2021 foi muito importante para os Binance Fan Tokens, mas a história não começou aqui. Os Fan Tokens (tokens de fãs) existem desde o final de 2019 com o lançamento do token JUV, da Juventus. Esses tokens permitem que os holders interajam com as suas favoritas e obtenham benefícios exclusivos.
Até o momento, as vendas foram um sucesso. Por exemplo, o LAZIO tinha 225.583 participantes fazendo staking de 8.110.631,97 BNB. Esse número representa um valor 1.005x maior do que a expectativa de venda.
- Mercado de criptomoedas e recordes do Bitcoin
Após uma boa recuperação em 2020, o Bitcoin mais uma vez bateu o recorde do ano anterior. Foram três picos em 2021:
O ponto 1 mostra o final da subida de 2020, que continuou em janeiro de 2021, com um valor máximo em torno de 41.000 dólares. Depois do medo de um mercado de baixa seguido por uma correção, o Bitcoin continuou a subir e atingiu 63.000 dólares em meados de abril (Ponto 2). Em junho, o mercado teve más notícias para as criptomoedas, fazendo com que aproximadamente 50% de todo o poder de mineração do Bitcoin ficasse offline em questão de dias.
No entanto, o Bitcoin recuperou e atingiu novo recorde de cerca de 69.000 dólares em novembro. Vamos conferir também os novos recordes de algumas das maiores criptomoedas em termos de capitalização de mercado:
Conclusão
Apesar de ter alguns anos, o mundo das criptomoedas ainda está na sua infância. O ano de 2021 assistiu a alguns desenvolvimentos interessantes e, em 2022, iremos certamente testemunhar mais alguns marcos importantes neste setor.