O 5G não é ultrarrápido, ao contrário das expetativas da maioria dos consumidores. Explicamos-lhe aqui o porquê de isso acontecer.
Ao fim de uma novela que durou tanto que Portugal foi um dos últimos países da Europa a ter o novo standart das comunicações móveis, o 5G está finalmente aí.
Muitos já tinham os smartphones compatíveis e esperavam só que as operadoras começassem a disponibilizar o serviço. E depois de pago o valor do lelião, MEO, NOS e Vodafone foram ao encontro das expetativas e disponibilizaram gratuitamente o 5G durante um período promocional.
Mas o Buzz que rapidamente se criou foi de que a velocidade conseguida com o 5G estava muito longe dos 1 a 2 Gbps propalados. Não se passa nada de errado com o seu aparelho nem as operadoras estão a limitar a velocidade, como já ouvimos dizer.
A explicação é simples.
“O meu 5G não é ultrarrápido”
Esta foi a questão que nos foi colocada e não apenas por uma pessoa. “O meu 5G não é ultrarrápido”, queixou-se quem já se imaginava a fazer downloads em segundos e verdadeiramente a voar no ciberespaço.
A questão é que as operadoras portuguesas ainda não têm o verdadeiro 5G. As frequências que foram a leilão situavam-se na faixa dos 700 MHz, que permitem apenas o 5G low-band, e dos 3,6GHz.
Esta banda de frequências apenas permite o que poderá ser entendido como uma transição do 4G para o 5G. A velocidade é um pouco maior, mas poderá ser entendida como um patamar intermédio entre a quarta geração de comunicações móveis e a quinta geração.
Smartphones ainda não estão preparados
Mesmo que as operadoras já tivessem toda a infraestrutura montada e as frequências necessárias para disponibilizar o 5G ultrarrápido, o 5G mmWave, a verdade é que os smartphones atuais ainda não dispõem dos recursos necessários.
E o grande problema será o da bateria. Apesar dos avanços que temos vindo a assistir nesta área, com as baterias dos smartphones topos de gama a aguentarem cada vez mais, mesmo quando levados ao limite, a verdade é que ainda estão longe de aguentarem o esforço pedido pelo 5G ultrarrápido e seriam de rápido consumo.
Essa é a razão porque em toda a Europa, apenas a Itália já tem a funcionar a banda que permite o melhor 5G
É por isso que as operadoras não estão muito preocupadas. Em declarações ao ECO, os principais operadores apontam para 2025 para o começo da disponibilização do 5G mais potente.
5G ultrarrápido com novo leilão
Mas para que a meta apontada pelas operadoras de podermos ter 5G a velocidades de 1Gbps ou 2Gbps daqui a três anos, é necessário que o regulador disponibilize a banda dos 26GHz que a União Europeia convencionou.
O 5G ultrarrápido poderá ter um novo leilão no final de 2022 ou em 2023. A Autoridade Nacional para as Comunicações (ANACOM) está a finalizar os termos para o leilão, devendo o projeto entrar em consulta pública no início do ano.
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