O turismo espacial está na ordem do dia, com três voos mediáticos a realizarem-se em menos de dois meses. Os milionários Richard Branson e Jeff Bezos foram a bordo das suas naves. Já Elon Musk não tirou os pés do chão, mas mesmo assim foi ele que ganhou a corrida.
Confuso? A explicação é muito simples. A 11 de julho, Richard Branson subiu a bordo da nave da sua empresa Virgin Galatic, que largou de um avião e atingiu os 89 quilómetros de altitude. Menos de 10 dias depois, a 20 de julho, foi a vez de Jeff Bezos entrar na New Shepard para um voo que ultrapassou os 100 quilómetros de altitude. Os dois têm a honra de serem os primeiros turistas espaciais a bordo de naves privadas.
E Elon Musk? O visionário de origem sul-africana não tirou os pés do chão, mas a sua Space X levou turistas espaciais mais alto do que qualquer outro.
A nave da SpaceX que levava a missão Inspiration4, que amarou em segurança no Atlântico após três dias no espaço, alcançou uma órbita a 575 quilómetros, mais alta do que aquela em que evolui a Estação Espacial Internacional e mesmo o telescópio Hubble.
Na corrida dos multimilionários, Elon Musk venceu categoricamente Richard Branson e Jeff Bezos, mesmo sem tirar os pés do chão.
Todos fizeram turismo espacial?
A questão colocou-se logo após a chegada da cápsula de Richard Branson. O que ele tinha acabado de fazer era turismo espacial? O voo durou apenas 90 minutos e atingiu uma altitude de 89 quilómetros, abaixo da chamada linha de Kármán.
A linha de Kármán, a 100 quilómetros de altitude é o limite convencionado para definir o início do espaço, aquele ponto a partir do qual não existe qualquer resquício de atmosfera. Mas, ao passar os 80 quilómetros, Richard Branson e os seus convidados foram mais além do ponto em que os Estados Unidos e a Nasa definem como o início do espaço.
Jeff Bezos, por seu turno, ultrapassou a linha de Kárman e conseguiu assim efetivamente chegar ao espaço, mas a sua viagem demorou um total de apenas 10 minutos.
Já o primeiro voo espacial apenas com civis, esteve três dias em órbita a 575 quilómetros de altitude durante três dias, a bordo da nave Dragon da Space X.
Não se conhecem as quantias pagas pelos participantes nestas viagens, mas não há qualquer tipo de dúvida que o multimilionário Jared Isaacman, que financiou a viagem de três dias ao espaço, pode dar o dinheiro por muito bem empregue.
SpaceX: um objetivo bem diferente
Estes voos só podem ser comparados por se terem realizado num espaço de tempo tão curto. A grande questão é que os três multimilionários têm objetivos bem diferentes em mente e, por isso, os seus projetos são também muito diferentes.
Jeff Bezos e Richard Branson apostam fundamentalmente no turismo espacial, em voos de curta duração que deixarão uma recordação para a vida a meia dúzia de privilegiados. É por isso que as naves da Blue Origin e da Virgin Galactic apenas aguentam voos curtos até à porta de entrada do espaço.
Já Elon Musk tem um objetivo bem mais ambicioso: quer que sejam as naves da SpaceX a levar os primeiros homens a Marte já em 2026.
A SpaceX criou o seu próprio centro aeroespacial e tecnologia inovadora, tendo sido os primeiros a conseguir reutilizar foguetões. Com isto, tornaram as viagens ao espaço muito mais baratas e são já as suas naves as preferidas para lançar satélites e levar astronautas até à Estação Espacial Internacional.
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