A operação Red Card, liderada pela INTERPOL, resultou na detenção de 306 suspeitos e na apreensão de 1.842 dispositivos em sete países africanos.
A ação decorreu entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, com o objetivo de desmantelar redes criminosas transfronteiriças envolvidas em fraudes digitais. Entre os crimes investigados, destacaram-se esquemas relacionados com banca móvel, investimentos e aplicações de mensagens.

A operação Red Card de combate ao cibercrime em África contou com a colaboração de parceiros do setor privado, incluindo a Kaspersky, que desempenhou um papel crucial ao fornecer dados de inteligência sobre ameaças.
Contribuição da Kaspersky para a operação Red Card
A Kaspersky foi uma das principais parceiras da INTERPOL na operação Red Card, oferecendo suporte técnico e dados valiosos sobre ciberameaças. A empresa partilhou os resultados da análise de uma aplicação Android maliciosa que visava utilizadores em países africanos, bem como informações sobre a infraestrutura relacionada. Estes dados foram fundamentais para enriquecer a inteligência criminal utilizada pelas autoridades locais, permitindo identificar os métodos operacionais dos cibercriminosos e os seus alvos.
Yuliya Shlychkova, Vice-Presidente de Assuntos Públicos Globais da Kaspersky, destacou a importância da colaboração entre o setor público e privado para enfrentar os desafios da cibersegurança: “A operação Red Card é um exemplo notável dessa cooperação, demonstrando como a experiência das empresas privadas, juntamente com as extensas capacidades de investigação das forças da lei, podem promover um ambiente mais ciber-resiliente.”
A empresa tem um histórico sólido de apoio a operações conjuntas com a INTERPOL na região africana, incluindo edições anteriores das iniciativas “Africa Cyber Surge” e ações conjuntas com AFRIPOL.
Impacto nos países participantes
Nigéria
As autoridades nigerianas detiveram 130 suspeitos, incluindo 113 estrangeiros, por envolvimento em fraudes cibernéticas como esquemas de casinos online e investimentos fraudulentos. Os lucros eram convertidos em ativos digitais para ocultar os rastos das atividades ilegais. Além disso, foi identificado que alguns dos indivíduos envolvidos eram vítimas de tráfico humano forçadas a participar nos esquemas.
África do Sul
Na África do Sul, 40 indivíduos foram detidos por ligação a um esquema sofisticado de fraude com caixas SIM. Este método permitia o reencaminhamento de chamadas internacionais como locais, facilitando ataques massivos de phishing por SMS. As autoridades apreenderam mais de 1.000 cartões SIM e 53 computadores.
Zâmbia
Os agentes zambianos prenderam 14 suspeitos que utilizavam malware para comprometer telemóveis das vítimas. O esquema envolvia o envio de hiperligações maliciosas que instalavam software nos dispositivos, dando aos hackers acesso a contas bancárias e permitindo a propagação do ataque através das aplicações de mensagens das vítimas.
Ruanda
No Ruanda, 45 membros de uma rede criminosa foram detidos por envolvimento em esquemas de engenharia social que defraudaram vítimas em mais de 305.000 dólares norte-americanos em 2024. As táticas incluíam personificar funcionários de telecomunicações ou familiares em situações fictícias para obter informações sensíveis e aceder às contas bancárias móveis das vítimas.
Cooperação internacional contra o cibercrime
A operação Red Card evidenciou o poder da colaboração internacional no combate ao cibercrime. Neal Jetton, Diretor da Direção da Cibercriminalidade da INTERPOL, afirmou: “O sucesso da operação ‘Red Card’ demonstra o poder da cooperação internacional no combate ao cibercrime, que não conhece fronteiras e pode ter efeitos devastadores nos indivíduos e nas comunidades.”
Com mais de 5.000 vítimas identificadas e centenas de dispositivos apreendidos, esta iniciativa reforça a importância da união entre forças policiais e empresas privadas para enfrentar ameaças digitais cada vez mais sofisticadas. A parceria entre a Kaspersky e a INTERPOL continua a ser um modelo eficaz para promover um ambiente digital mais seguro em África.
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