A Nikon revelou a sua nova câmara mirrorless full-frame, a Z5 II, e pode dizer-se que esta é uma atualização que coloca o modelo numa posição de destaque. Apesar de ser classificada como uma opção de entrada, apresenta um conjunto de melhorias que a tornam uma escolha atraente até para alguns utilizadores mais exigentes. Mas será que o preço elevado justifica o investimento?
O coração da Z5 II permanece o mesmo da sua antecessora: um sensor estabilizado full-frame de 24,5MP. Contudo, este sensor é agora uma versão refinada, idêntica à que equipa a Nikon Zf, garantindo imagens de alta qualidade com uma estabilização de topo, que atinge até 7,5 EV. Este avanço coloca a câmara num patamar de fiabilidade ainda maior, especialmente em cenários com pouca luz.
No entanto, é o novo processador Expeed 7 que realmente eleva a experiência. Este componente impulsiona a capacidade de captura contínua, permitindo velocidades de até 14fps e um modo avançado de 30fps com captura prévia de até um segundo antes de pressionar o botão do obturador. Estas especificações são indicativas de que a Nikon quer que a Z5 II seja muito mais do que uma câmara para principiantes.

O melhor sistema de focagem até agora
A Z5 II herda o sofisticado sistema de autofoco das câmaras topo de gama da Nikon, como a Z8 e Z9. Com deteção de até nove tipos de sujeitos, desde pessoas e animais até veículos e aviões, este sistema destaca-se pela sua precisão. Além disso, a capacidade de focar em situações de quase total escuridão – com sensibilidade de até -10 EV – representa um avanço técnico surpreendente.
Outro detalhe notável é a deteção de objetos pequenos e distantes, que ocupem apenas 3% da área do enquadramento. Esta funcionalidade mostra que a Z5 II não se limita ao básico, oferecendo características que, há uns anos, seriam exclusivas de câmaras profissionais.
Melhorias no vídeo para criadores de conteúdo
No âmbito da gravação de vídeo, a Z5 II é também um passo à frente. Agora é possível gravar em 4K a 30fps com perfis de cor N-RAW e N-Log, além de 4K a 60fps com algum crop na área de imagem. Pela primeira vez, vídeos em N-RAW podem ser gravados diretamente nos cartões de memória, um feito técnico que demonstra o compromisso da Nikon em atrair criadores de conteúdo.
O equipamento dispõe de duas ranhuras para cartões SD UHS-II, assegurando versatilidade no armazenamento. Estas melhorias no vídeo tornam a Z5 II uma ferramenta interessante para quem pretende produzir conteúdos de alta qualidade sem investir em modelos mais caros.
Design e ergonomia mais polidos
A Z5 II também reflete progresso no design e na usabilidade. O corpo resistente a condições meteorológicas inspira-se na Z6 III, destacando-se pelo novo ecrã de 3,2 polegadas, agora de tipo vari-angle, ideal para fotografias em ângulos difíceis ou selfies. O visor eletrónico (EVF) sofreu um upgrade significativo, oferecendo um brilho três vezes maior do que o da Z5 original.
Além disso, introduz um botão de controlo de imagens que permite personalizar perfis de cor e até descarregar novos da plataforma Nikon Imaging Cloud. É uma abordagem que facilita um fluxo de trabalho dinâmico e adaptado ao gosto individual.
Um preço que levanta dúvidas
No entanto, o preço da Z5 II poderá travar algum entusiasmo. Com um valor inicial de cerca de 1.599€ (corpo apenas) ou 1.859€ com uma lente de 24-50mm, o custo é 10% superior ao da Z5 no seu lançamento em 2020, o que a posiciona perigosamente perto de câmaras de gama média. Para os que procuram kits com lentes mais versáteis, como a 24-70mm ou 24-200mm, os valores sobem substancialmente.
Ainda assim, a Nikon tem por hábito aplicar descontos consideráveis nos seus produtos ao longo do tempo, o que pode aliviar esta barreira financeira para os interessados.
Ao combinar características avançadas num formato que continua a ser apelativo para utilizadores menos experientes, a Nikon Z5 II eleva o conceito de câmara de entrada, criando uma ponte entre acessibilidade e desempenho de ponta — um passo que, certamente, vai gerar curiosidade no mercado europeu.
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