Num desenrolar inesperado, o General Timothy Haugh, diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) e do Comando Cibernético dos Estados Unidos, foi abruptamente demitido na passada quinta-feira. A decisão ocorreu apenas um dia após a ativista de direita Laura Loomer ter manifestado críticas públicas sobre a liderança de Haugh numa reunião privada com o Presidente Donald Trump. O caso está a gerar calorosas discussões sobre as motivações por trás da mudança e o impacto nas operações de segurança nacional.
Laura Loomer acusa Haugh de deslealdade
Laura Loomer, uma influente figura do movimento de direita nos EUA, recorreu à plataforma X (antigo Twitter) para justificar a saída de Haugh, acusando-o de “deslealdade” ao Presidente Trump. Num dos seus posts, Loomer explicou que Haugh teria sido “escolhido a dedo” pelo General Mark Milley, um antigo chefe de Estado-Maior que teve desentendimentos notórios com Trump durante o seu primeiro mandato. “Porque deveríamos querer um diretor da NSA que foi recomendado a Biden depois de ser selecionado por Milley?”, questionou Loomer, alinhando as suas críticas numa narrativa de conflito político.
Wendy Noble, vice-diretora da NSA e considerada uma das principais líderes civis da agência, também foi afastada do cargo. Segundo informações divulgadas pelo The New York Times, Noble poderá ser transferida para outra posição dentro do Pentágono. A saída de ambos os líderes está a ser vista como uma manobra estratégica, potencialmente orientada por interesses políticos.

Reações do Congresso e nomeações provisórias
A demissão de Haugh causou celeuma entre os democratas da Comissão de Inteligência. Senator Mark Warner (D-VA), num post na rede social Bluesky, classificou a decisão como “assombrosa”, sublinhando que Trump aparenta estar a seguir conselhos de uma “teórica da conspiração desacreditada” enquanto ignora questões sérias, como as fugas de informação confidencial ocorridas na sua própria equipa.
Jim Himes (D-CT), por sua vez, expressou a sua inquietação numa declaração ao The Washington Post, afirmando estar “profundamente perturbado” pela decisão e pelo possível impacto que esta poderá ter na estabilidade das operações da NSA.
Enquanto isso, o Tenente General William J. Hartman, antigo vice-líder do Comando Cibernético, foi nomeado diretor interino da NSA. Sheila Thomas, atual diretora-executiva da agência, assumirá provisoriamente o cargo de vice-diretora. Estas mudanças tentam garantir continuidade durante um período de instabilidade crescente dentro da organização.
Implicações para a segurança nacional
A breve liderança de Haugh na NSA, iniciada em 2023 após a sua nomeação por Joe Biden, foi marcada por décadas de experiência militar e pela supervisão do National Mission Force do Comando Cibernético. A sua saída, especialmente num contexto de alegações políticas, coloca interrogações sobre a independência e a eficiência das instituições de segurança dos EUA em momentos de tensão partidária.
À medida que Trump se aproxima das eleições, a controvérsia serve para destacar o papel fulcral que os serviços de inteligência desempenham na dinâmica política norte-americana. Ainda que estas mudanças sejam temporárias, não há dúvida de que a remoção de Haugh deixará marcas profundas na relação entre a Casa Branca e as agências de segurança nacional.
Outros artigos interessantes: