A nova geração de smartphones de gama média traz duas propostas bem distintas à mesa: o Pixel 9a da Google e o iPhone 16e da Apple. Embora ambos apostem em processadores desenvolvidos internamente — Tensor G4 e A18, respetivamente —, a semelhança termina aí. Estas duas marcas históricas estão a jogar jogos diferentes, com prioridades bem claras: inteligência artificial para a Google, e potência e eficiência para a Apple.
Desempenho cru ainda favorece a Apple
No que toca a desempenho puro, a balança continua a pender para o lado da Apple. O processador A18 do iPhone 16e, construído com a tecnologia de 3nm da TSMC, mostra ganhos evidentes em comparação com o Tensor G4, que assenta numa arquitetura de 4nm desenvolvida pela Samsung. Os números falam por si: em testes de benchmark, o A18 regista mais do dobro da pontuação em desempenho multi-core.
A diferença torna-se ainda mais evidente no processamento gráfico, com o chip da Apple a oferecer uma experiência mais fluida, especialmente em jogos e aplicações exigentes. Apesar disso, o Pixel 9a garante uma performance estável e satisfatória para tarefas quotidianas, como navegar na internet, utilizar redes sociais ou assistir a vídeos em streaming.

Aposta total na inteligência artificial
Se o Tensor G4 não brilha em termos de força bruta, compensa noutras áreas. A Google concentrou os seus esforços na inteligência artificial e oferece um conjunto alargado de ferramentas que tiram partido da TPU dedicada (Unidade de Processamento de Tensores). Funcionalidades como o Best Take, Magic Editor ou transcrição em tempo real são possíveis graças a esta abordagem.
A Apple, por sua vez, também investe em capacidades de IA com o seu Neural Engine de 16 núcleos. A diferença está na forma como essas tecnologias são integradas: enquanto a Google promove ativamente os seus recursos de IA no quotidiano do utilizador, a Apple prefere uma integração mais discreta, focada na melhoria da experiência em segundo plano.
Processamento de imagem continua a ser uma arma da Google
Em termos de fotografia, o Pixel 9a continua a mostrar como a Google domina a fotografia computacional. Com o apoio do Tensor G4, funcionalidades como o Super Res Zoom, Night Sight e HDR em tempo real são processadas com rapidez e com resultados impressionantes, mesmo sem sensores de topo.
O iPhone 16e, com uma câmara de 48MP, aposta numa abordagem mais tradicional, mas eficaz, com imagens equilibradas e cores mais naturais graças ao trabalho conjunto do A18 com o sistema de processamento de imagem da Apple. O resultado? Uma escolha entre dramatismo visual no Pixel ou realismo no iPhone.
Eficiência energética ainda pende para a Apple
A eficiência energética continua a ser uma pedra no sapato da Google. Apesar de melhorias face a gerações anteriores, o processo de fabrico a 4nm do Tensor G4 não consegue igualar a eficiência térmica e energética do A18. A Apple, com o seu domínio da integração entre hardware e software, mantém-se firme neste campo e o iPhone 16e deverá oferecer maior autonomia em uso real.
Duas filosofias, dois públicos
No fundo, a comparação entre o Pixel 9a e o iPhone 16e mostra que Google e Apple estão a seguir caminhos distintos. A primeira quer transformar o telemóvel numa ferramenta inteligente e proativa, com recursos de IA a moldar a experiência do dia a dia. A segunda mantém o foco no desempenho, fiabilidade e controlo energético.
Com preços distintos — cerca de 499 euros para o Pixel 9a e 599 euros para o iPhone 16e — a escolha dependerá muito do perfil de cada utilizador. Se procuras um telemóvel que te antecipa com funcionalidades inteligentes e um bom desempenho geral, o Pixel 9a é uma proposta a considerar. Se valorizas fluidez máxima, fotografia equilibrada e uma autonomia mais sólida, o iPhone 16e será difícil de bater.
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