A Huawei enfrenta novos desafios na Europa, com os Estados Unidos a intensificarem os esforços para convencer os países europeus a abandonarem a tecnologia da empresa chinesa.
A Comissão Federal de Comunicações (FCC) e a Comissão de Inteligência do Senado dos EUA estão a trabalhar em conjunto para persuadir as operadoras europeias a cortar laços com a Huawei.
Preocupações de segurança em foco
Brendan Carr, presidente da FCC, e o senador Tom Cotton estão na linha da frente desta iniciativa. Durante o Mobile World Congress 2025 (MWC25), ambos expressaram preocupações sobre a presença da Huawei e da ZTE na Europa, classificando-as como “riscos inaceitáveis”.
Carr afirmou: “À medida que os EUA procuram colaborar com outros países e fornecedores de tecnologia, é imperativo que a nossa infraestrutura de rede permaneça segura”. Numa declaração posterior, sublinhou que a Europa precisa de banir “adversários estrangeiros”, referindo-se especificamente ao Partido Comunista Chinês.
Por sua vez, Tom Cotton foi mais direto nas suas acusações: “A Huawei existe para servir os interesses dos comunistas chineses. Os legisladores em todo o mundo devem pensar bem antes de fazer negócios com uma frente de espionagem chinesa corrupta”.

Resistência das operadoras europeias
Apesar da pressão dos EUA, nem todas as operadoras europeias parecem dispostas a remover os equipamentos 5G da Huawei das suas redes. Muitas argumentam que este processo poderia levar anos e exigir investimentos avultados para substituir equipamentos superiores por alternativas inferiores.
A Huawei, por seu lado, continua a negar as alegações de “preocupações de segurança”, mas encontra-se ainda sujeita a várias restrições. A situação é agravada por uma investigação em curso na Europa sobre alegações de suborno envolvendo a empresa.
Implicações para o mercado europeu de telecomunicações
Esta pressão renovada dos EUA surge num momento crítico para o desenvolvimento das redes 5G na Europa. As operadoras europeias enfrentam agora um dilema: ceder às pressões americanas e potencialmente atrasar o desenvolvimento das suas redes 5G, ou manter a parceria com a Huawei e arriscar possíveis sanções ou restrições futuras.
A decisão final poderá ter implicações significativas não só para o setor das telecomunicações, mas também para as relações geopolíticas entre a Europa, os Estados Unidos e a China. À medida que o debate se intensifica, fica claro que a tecnologia 5G se tornou muito mais do que uma questão técnica, transformando-se num ponto fulcral das tensões geopolíticas globais.
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