Um estudo da NordVPN, divulgado no âmbito do Dia Europeu da Proteção de Dados, evidencia a negligência dos utilizadores portugueses em relação às políticas de privacidade e termos de serviços das aplicações e de serviços online.
De acordo com o Teste Nacional de Privacidade (TNP), referente a 2024, cerca de 33% dos inquiridos em território nacional admite não ler os termos de serviço.
O nível de atenção dado às permissões das aplicações e às respetivas políticas de recolha e partilha de dados continua a ser limitado, o que eleva a probabilidade de exposições indevidas.
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Ignorância sobre as políticas de privacidade e termos de serviços
Segundo a NordVPN, o cidadão médio em Portugal tem mais de 80 aplicações instaladas no seu smartphone, o que aumenta o potencial de violações de dados
O estudo, referido acima, revela que cerca de 33% de utilizadores não analisam as políticas de privacidade e termos de serviços das apps, 61% que não verificam as normas de segurança e 49% que ignoram as diretrizes sobre recolha de dados.
De acordo com um outro estudo da NordVPN, perto de 87% das aplicações para Android e 60% das aplicações para iOS pedem acesso a funções do dispositivo que não estão relacionadas com as suas reais necessidades.
Adrianus Warmenhoven, especialista de cibersegurança da NordVPN, realça que os dados são um alvo recorrente de cópia e venda, nem sempre deixando vestígios. Refere ainda que as permissões inadvertidas e as falhas de software constituem fatores de risco. A partilha indevida de informações pode resultar em consequências financeiras e reputacionais, sendo que os mais jovens, entre os 15 e os 29 anos, manifestam uma menor propensão para lerem as condições de uso.
Cautelas e atualizações
Grande parte dos utilizadores em Portugal concede apenas as permissões necessárias para o funcionamento das aplicações, mas 38% ainda adia atualizações de software. Warmenhoven sublinha que esse adiamento permite vulnerabilidades, utilizadas em ataques de phishing e outras práticas mal-intencionadas.
A recomendação para reforçar a privacidade passa por descarregar apps apenas em lojas oficiais, consultar a política de recolha e partilha de dados, ajustar as permissões de acesso a recursos sensíveis e eliminar aplicações que deixaram de ser necessárias.
Conclusão
A ignorância das políticas de privacidade, termos de serviços e das atualizações de software afeta a segurança digital de muitos utilizadores em Portugal. Garantir que as aplicações só recolhem os dados estritamente necessários e manter os dispositivos atualizados são medidas que contribuem para uma proteção mais eficaz.
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