A Volkswagen enfrenta hoje um dos maiores desafios da sua história em território alemão, com uma greve que está a afetar nove das suas principais unidades de produção, incluindo a fábrica dedicada exclusivamente a veículos elétricos.
Esta ação laboral, que promete ser apenas o início de um longo processo de contestação, surge como resposta aos planos de reestruturação anunciados pela marca.
Sindicato promete “maior disputa salarial de sempre”
O sindicato IG Metall, que representa 120 mil trabalhadores da Volkswagen, deixou um aviso claro à administração da empresa. Thorsten Groeger, principal negociador do sindicato, afirmou que esta poderá transformar-se na “maior disputa salarial que a Volkswagen já enfrentou”. A analogia utilizada pelo representante sindical foi particularmente incisiva, acusando a administração de “incendiar os acordos coletivos” e, em vez de apagar o fogo durante as três rondas de negociações, “continuar a atirar bidões de gasolina”.
As paralisações de hoje, previstas para durarem várias horas, são apenas um prenúncio do que poderá estar para vir. O sindicato já admitiu a possibilidade de avançar para greves de 24 horas ou mesmo medidas mais drásticas caso as suas reivindicações não sejam atendidas.
Plano de reestruturação põe em causa postos de trabalho
Pela primeira vez nos seus 87 anos de presença na Alemanha, a Volkswagen planeia encerrar, pelo menos, três fábricas no país. O plano de reestruturação prevê o despedimento de milhares de trabalhadores e uma redução salarial de 10% para os que permanecerem nos seus postos de trabalho.
A marca justifica estas medidas com a necessidade de se manter competitiva face à concorrência chinesa. No entanto, esta justificação não convenceu os trabalhadores, que hoje se manifestam em várias localidades, incluindo a sede em Wolfsburg e a fábrica de Hanover, que emprega cerca de 14 mil pessoas.
Impacto na produção de veículos elétricos
A greve está também a afetar a fábrica de Zwickau, uma unidade dedicada exclusivamente à produção de veículos elétricos. Esta paralisação surge num momento particularmente sensível para a Volkswagen, que já anunciou recentemente o encerramento da sua fábrica da Audi em Bruxelas, onde é produzido o Audi Q8 E-Tron.
A situação é ainda mais preocupante quando consideramos que a Volkswagen está a enfrentar uma queda acentuada nas vendas na China, o seu principal mercado. Simultaneamente, a marca enfrenta uma crescente pressão competitiva por parte da BYD e outros fabricantes chineses que estão a entrar no mercado europeu.
Esta greve representa a maior ação laboral nas operações alemãs da Volkswagen desde 2018, quando 50 mil trabalhadores paralisaram devido a disputas salariais. No entanto, a situação atual parece ser ainda mais complexa, uma vez que envolve não apenas questões salariais, mas também o próprio futuro da empresa e dos seus trabalhadores na Alemanha.
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