Num anúncio que promete revolucionar o futuro da computação, a Google apresentou o Willow, o seu mais recente processador quântico que estabelece novos recordes em termos de desempenho e precisão. Este avanço marca um momento histórico na evolução da computação quântica, ultrapassando barreiras que pareciam intransponíveis há apenas uma década.
Um salto quântico na correção de erros
O Willow representa uma conquista notável ao conseguir reduzir exponencialmente os erros à medida que aumenta o número de qubits – as unidades básicas de informação quântica. Esta capacidade resolve um dos maiores desafios da computação quântica, que persistia há quase 30 anos desde que Peter Shor introduziu o conceito de correção de erros quânticos em 1995.
Os investigadores da Google demonstraram que, ao aumentarem progressivamente o número de qubits em grelhas de 3×3, 5×5 e 7×7, conseguiram reduzir a taxa de erro para metade em cada iteração. Esta característica é particularmente significativa porque, tradicionalmente, quanto mais qubits são utilizados, maior é a probabilidade de ocorrerem erros.
O processador conta com 105 qubits e consegue manter a informação quântica durante cerca de 100 microsegundos, representando uma melhoria cinco vezes superior em comparação com a geração anterior.
Poder computacional além do imaginável
Numa demonstração impressionante das suas capacidades, o Willow completou um teste padrão de computação em menos de 5 minutos – uma tarefa que, segundo as estimativas da Google, demoraria 10 septilhões de anos (10^25 anos) num dos supercomputadores mais potentes da atualidade.
Para contextualizar esta escala temporal, basta considerar que o próprio universo tem aproximadamente 13,8 mil milhões de anos. O teste em questão, conhecido como benchmark de amostragem de circuitos aleatórios (RCS), é considerado o padrão mais exigente para avaliar o desempenho de computadores quânticos.
Este resultado extraordinário foi alcançado mesmo com pressupostos conservadores que favoreciam o supercomputador clássico na comparação, incluindo o acesso total ao armazenamento secundário sem limitações de largura de banda.
Implicações para a inteligência artificial
Hartmut Neven, fundador do Google Quantum AI, destaca que a computação quântica e a inteligência artificial estão destinadas a convergir. O Willow representa um passo crucial nessa direção, oferecendo capacidades que podem transformar fundamentalmente a forma como treinamos modelos de IA e resolvemos problemas complexos.
O processador foi desenvolvido nas novas instalações de fabrico da Google em Santa Bárbara, uma das poucas unidades no mundo construídas especificamente para a produção de hardware quântico. A empresa enfatiza que o foco está na qualidade dos qubits, não apenas na quantidade.
A tecnologia promete revolucionar diversos campos, desde a descoberta de novos medicamentos até ao desenvolvimento de baterias mais eficientes para veículos elétricos. A Google está a disponibilizar recursos educativos e software de código aberto para incentivar investigadores e programadores a explorarem as possibilidades desta tecnologia inovadora.
O Willow não representa apenas um avanço técnico — é um salto evolutivo que aproxima a humanidade de uma nova era de capacidades computacionais, onde problemas anteriormente considerados impossíveis poderão encontrar soluções em questão de minutos.
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