A Apple, em parceria com a Broadcom, está, supostamente, a desenvolver o seu primeiro chip para servidores dedicado ao processamento de inteligência artificial (IA). Segundo a GlobalData, este movimento representa um alinhamento da empresa com outras gigantes tecnológicas que têm investido em chips proprietários para suportar serviços intensivos em cálculo e reduzir a dependência de processadores da Nvidia, conhecidos pelos custos elevados e oferta limitada.
O chip, conhecido internamente como Baltra, está previsto para produção em massa em 2026 e utilizará um dos processos avançados da Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), denominado N3P. Este desenvolvimento é parte de uma estratégia mais ampla da Apple para expandir a sua autonomia no fornecimento de componentes-chave.
Parceria da Apple com a Broadcom e avanços em IA
Em 2023, a Apple assinou um acordo multibilionário com a Broadcom para o desenvolvimento de componentes de radiofrequência 5G. A colaboração agora expande-se para o desenvolvimento do chip Baltra, que será utilizado em servidores e projetado especificamente para aplicações de IA. Durante a conferência anual para desenvolvedores em junho deste ano, a Apple anunciou planos de usar chips próprios para alimentar funcionalidades de IA nos seus dispositivos, reforçando a aposta na independência tecnológica.
A Apple tem uma história de sucesso no design de chips internos, como a série M de processadores, que substituíram os chips da Intel nos portáteis Mac. Esta experiência pode ser um diferencial na implementação da nova geração de chips para IA.
Contexto do mercado de chips de IA
A dependência de processadores da Nvidia tem levado grandes empresas tecnológicas a diversificar as suas cadeias de fornecimento. A Google, por exemplo, também colabora com a Broadcom no desenvolvimento de chips de IA. Apesar dos esforços, os desafios técnicos e financeiros mantêm a Nvidia como um fornecedor predominante para muitos projetos.
A Broadcom tem-se posicionado como uma das principais beneficiárias do crescimento da IA generativa, com as suas ações a registarem um aumento de 54% em 2024, acumulando ganhos significativos nos anos anteriores. Contudo, enfrenta concorrência da Marvell, cujo mercado de chips customizados pode atingir 45 mil milhões de dólares até 2028, de acordo com estimativas do diretor de operações da empresa, Chris Koopmans.
Conclusão
O desenvolvimento do chip Baltra reforça a estratégia da Apple de investir em tecnologia proprietária, alinhando-se com as necessidades emergentes de IA. Esta iniciativa também demonstra a crescente importância de diversificar cadeias de fornecimento no mercado de chips de alto desempenho, onde a Broadcom e a Marvell se destacam como líderes. A evolução deste setor, de acordo com a GlobalData, será crucial para definir o futuro da computação baseada em IA.
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