O segmento dos smartphones dobráveis, anteriormente considerado como o futuro da tecnologia móvel, está a enfrentar um período turbulento. Uma importante marca do setor, cuja identidade permanece em sigilo, decidiu suspender o desenvolvimento dos seus modelos dobráveis de ecrã grande, levantando questões sobre a viabilidade deste formato no mercado atual.
Os números que preocupam a indústria
As estatísticas mais recentes revelam um panorama preocupante para o mercado dos dobráveis. Segundo dados da IDC relativos ao terceiro trimestre de 2024, as remessas na China atingiram apenas 2,23 milhões de unidades, representando um modesto crescimento de 13,6% em comparação com o período homólogo. Este valor contrasta significativamente com o crescimento explosivo registado nos últimos dois anos, sinalizando uma potencial estagnação do mercado.
A Xiaomi apresenta um caso particularmente interessante neste contexto. O seu Mix Flip tem demonstrado um desempenho comercial positivo, com previsões que apontam para vendas superiores a 460 mil unidades até ao final do ano.
No entanto, o Mix Fold 4, um modelo dobrável de maiores dimensões, tem lutado para alcançar sequer as 100 mil unidades vendidas, evidenciando uma clara preferência dos consumidores por formatos mais compactos.
Marcas recuam nos planos para dobráveis
O cenário atual está a provocar uma reação em cadeia entre os fabricantes. A Oppo, por exemplo, adiou o lançamento da sua série Find N5 por um ano completo, e mesmo para 2025 não existem garantias quanto ao seu lançamento. Esta decisão reflete a crescente cautela das marcas em relação aos investimentos neste segmento.
A Transsion, conhecida pela sua forte presença em mercados internacionais, também demonstra sinais de recuo. Após o lançamento do Tecno Phantom V Fold 2, Flip 2 e Infinix Zero Flip, fontes indicam que a empresa suspendeu o desenvolvimento de futuros modelos dobráveis, sugerindo uma reavaliação estratégica do seu posicionamento neste mercado.
Desafios persistentes no setor
O elevado custo de produção continua a ser um dos principais obstáculos para a massificação dos smartphones dobráveis. Esta realidade reflete-se nos preços finais ao consumidor, que permanecem significativamente acima dos modelos convencionais, limitando assim o seu alcance no mercado.
A durabilidade representa outro desafio significativo. Apesar dos avanços tecnológicos consideráveis, muitos potenciais compradores mantêm reservas quanto à resistência dos ecrãs dobráveis e à sua longevidade em utilização diária. Esta preocupação tem um impacto direto na decisão de compra, especialmente considerando o elevado investimento necessário.
A rentabilidade neste segmento tem-se concentrado principalmente em marcas estabelecidas como a Samsung e a Huawei, que beneficiam de anos de experiência e desenvolvimento tecnológico. Para as marcas mais recentes no mercado, o caminho para a rentabilidade tem-se revelado especialmente desafiante, contribuindo para a atual hesitação em continuar a investir no desenvolvimento de novos modelos.
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