O mais recente State of Sustainability Readiness Report 2024, divulgado pela IBM no dia 12 de novembro de 2024, indica que 88% dos líderes empresariais planeiam aumentar os investimentos em tecnologia de informação (TI) para sustentabilidade ao longo do próximo ano.
Segundo o estudo, mais de metade dos executivos vê essa aposta como uma oportunidade para fomentar o crescimento empresarial, indo além da simples redução de custos.
Embora a maioria dos inquiridos reconheça o potencial das tecnologias aplicadas à sustentabilidade, existe uma lacuna significativa entre as intenções e as ações. Em particular, o relatório destaca que a maioria das empresas ainda não utiliza a inteligência artificial (IA) para alcançar os seus objetivos de sustentabilidade, apesar de 90% dos líderes acreditarem que a IA pode impactar positivamente estas metas.
Potencial inexplorado da IA
O estudo revela que 56% das organizações ainda não aplicam a IA de forma ativa para promover práticas sustentáveis. O principal obstáculo identificado é a falta de um planeamento financeiro adequado, com 48% dos investimentos nesta área a serem esporádicos, sem um orçamento operacional regular.
Além disso, existe uma preocupação crescente com o impacto energético da IA, levando as empresas a adotar tecnologias mais eficientes e práticas que mitiguem o consumo de energia, como o uso de processadores eficientes e a adesão a iniciativas de código aberto.
A IBM destaca que a escassez de talento especializado é outro desafio crítico. A falta de trabalhadores qualificados para desenvolver e implementar soluções baseadas em IA coloca pressão adicional sobre as empresas que procuram integrar estas tecnologias nas suas estratégias de sustentabilidade.
Desafios na medição da sustentabilidade
Outro problema identificado pelo relatório é a dificuldade em medir de forma eficaz os indicadores de sustentabilidade. Apesar de muitos líderes empresariais apontarem a eficiência dos recursos, o consumo de energia renovável e a reciclagem como os principais indicadores de desempenho, 50% admite que os seus dados não estão suficientemente maduros para relatórios precisos.
Organizações como o Ikano Group já começaram a automatizar a recolha e análise de dados ambientais, conseguindo rastrear mais de 15.000 tipos de dados e economizando milhares de horas de trabalho na elaboração de relatórios de conformidade. Ainda assim, a melhoria da precisão dos relatórios continua a ser um desafio para muitas organizações, com apenas 29% dos inquiridos a verem essa melhoria como um benefício prioritário.
Divergência de perceção entre executivos e colaboradores
O relatório da IBM também expõe um desfasamento na perceção de sustentabilidade entre executivos de topo e colaboradores. Enquanto 67% dos executivos de nível superior consideram as suas estratégias de resiliência climática proativas, apenas 56% dos decisores de nível intermédio partilham dessa opinião. Esta diferença abrange questões relacionadas com riscos financeiros, infraestruturas e cadeias de fornecimento, sublinhando a necessidade de um alinhamento mais claro entre os vários níveis hierárquicos das organizações.
Recomendações da IBM para maximizar o impacto da IA
O relatório sugere que as empresas devem:
- Investir em IA adequada: Tecnologias como a IA generativa podem ajudar a identificar oportunidades para reduzir emissões de carbono e a desenvolver práticas empresariais mais sustentáveis.
- Apoiar-se em dados para alinhar perceções: A análise de dados pode ajudar a reduzir a discrepância de perceções entre executivos e colaboradores, permitindo um planeamento mais eficaz das estratégias de sustentabilidade.
Para mais informações, o estudo completo está disponível em: IBM Sustainability Readiness Report.
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