Um novo relatório da Organização Europeia de Patentes (OEP) coloca Portugal na 17.ª posição no ranking europeu de patentes académicas.
O estudo analisou dados de 1.200 universidades europeias que submeteram pedidos de patentes entre 2000 e 2020, destacando a crescente contribuição das instituições académicas para a inovação tecnológica.
As universidades portuguesas são responsáveis por 34,2% dos pedidos de patentes académicas europeias apresentados por requerentes nacionais no período analisado.
As principais instituições detentoras de patentes académicas em Portugal são a Universidade do Porto, a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Lisboa, a Universidade do Minho e o Instituto Superior Técnico.
Concentração de pedidos de patentes académicas em poucas instituições
O relatório indica que um pequeno grupo de universidades europeias, representando apenas 5% do total, é responsável por metade de todos os pedidos de patentes académicas. Estas instituições possuem gabinetes de transferência de tecnologia que facilitam a transformação de invenções em aplicações comerciais.
Em Portugal, 39 universidades submeteram pelo menos um pedido de patente europeia de origem académica no período estudado. A Universidade do Porto lidera o número de pedidos, seguida pela Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Lisboa, Universidade do Minho e Instituto Superior Técnico.
Desafios e ferramentas para a inovação
O estudo realça a importância das universidades na inovação europeia, mas também aponta para desafios como a fragmentação do mercado, mencionada no relatório de Mario Draghi. Dois terços dos pedidos de patentes com origem em universidades são apresentados por outras entidades, muitas vezes empresas, o que sugere potencial para uma maior colaboração transfronteiriça.
Para facilitar a ligação entre investidores e entidades académicas, a OEP ampliou a ferramenta gratuita Deep Tech Finder. Esta plataforma inclui agora cerca de 900 universidades e mais de 1.500 empresas associadas, permitindo identificar facilmente patentes universitárias e startups recetivas a investimento.
Papel estratégico das universidades na propriedade intelectual
António Campinos, presidente da OEP, sublinhou que “a Europa tem uma longa tradição de excelência académica, mas por vezes tem dificuldade em transformar a investigação em sucesso comercial”. O estudo pretende fornecer informação fiável que apoie a definição de políticas e estratégias de proteção e valorização do capital intelectual nas universidades.
As instituições académicas aumentaram significativamente o número de pedidos de patentes apresentados em nome próprio, passando de 24% em 2000 para 45% em 2019. Este aumento reflete uma mudança nas práticas de proteção e gestão da propriedade intelectual, ampliando o impacto das universidades através da concessão de licenças, colaboração com a indústria ou criação de startups.
Para mais informações. visite https://www.epo.org/en
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