Na passada sexta-feira, a TikTok e a sua empresa mãe, ByteDance, encontraram-se no centro de uma controvérsia legal nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça (DOJ) e a Federal Trade Commission (FTC) dos EUA acusaram as duas empresas de violarem a Lei de Proteção à Privacidade Online de Crianças (COPPA). Estas alegações destacam a recolha ilegal de dados pessoais de crianças menores de 13 anos sem o consentimento parental necessário.
A TikTok, uma das plataformas de redes sociais mais populares do mundo, enfrenta agora acusações que podem afetar a sua reputação e operações. Com uma base de utilizadores que se espera atingir os 1,8 mil milhões até ao final do ano, a empresa chinesa está sob escrutínio intenso das autoridades reguladoras dos EUA.
A resposta da TikTok às alegações
A TikTok, como seria de esperar, rejeitou veementemente as acusações. A empresa afirmou que muitas das alegações referem-se a práticas passadas que já foram corrigidas ou são factualmente imprecisas. Segundo a TikTok, a empresa tem tomado medidas proativas para proteger os menores na sua plataforma, incluindo a remoção de contas pertencentes a menores e a implementação de políticas como limites de tempo de ecrã por defeito e o “Family Pairing”, que permite aos pais monitorizar e controlar a atividade dos seus filhos na aplicação.
A TikTok destacou ainda que continua comprometida com a proteção da privacidade dos seus utilizadores, especialmente das crianças. A empresa sublinhou que os dados dos utilizadores são tratados com o máximo de cuidado e conforme as regulamentações aplicáveis.
Impacto e consequências para TikTok e ByteDance
As consequências destas acusações podem ser significativas para a TikTok e a ByteDance. Em 2019, a empresa pagou 5,7 milhões de dólares para resolver acusações semelhantes relacionadas com o seu antecessor, Musical.ly. As novas alegações indicam que a TikTok e a ByteDance permitiram conscientemente que crianças abrissem contas e recolhessem os seus dados pessoais sem o consentimento dos pais, violando novamente a COPPA.
Além disso, a queixa alega que os dados pessoais das crianças foram partilhados com o Facebook da Meta e uma empresa de análise chamada AppsFlyer. Estas ações podem levar a novas multas e a um escrutínio ainda mais rigoroso por parte das autoridades reguladoras dos EUA.
O futuro da TikTok e a proteção da privacidade infantil
A situação atual levanta questões importantes sobre a responsabilidade das plataformas de redes sociais na proteção da privacidade infantil. A TikTok e outras empresas tecnológicas estão sob crescente pressão para garantir que as suas práticas de recolha de dados estejam em conformidade com as leis de proteção de dados.
Enquanto a TikTok enfrenta este novo desafio legal, é essencial que continue a melhorar as suas políticas e práticas para proteger os utilizadores mais jovens. A empresa deve trabalhar de forma transparente com as autoridades reguladoras e demonstrar o seu compromisso com a privacidade e segurança dos dados dos seus utilizadores.
A controvérsia em torno da TikTok e da ByteDance é um lembrete claro da importância da conformidade com as leis de proteção de dados, especialmente quando se trata de crianças. As empresas tecnológicas devem tomar medidas rigorosas para garantir que os dados dos utilizadores são protegidos e que todas as práticas de recolha de dados estão em conformidade com as regulamentações aplicáveis.
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