A computação em nuvem, apesar do seu crescimento exponencial, apresenta desafios crescentes em termos de segurança cibernética.
Segundo dados da Statista, o mercado global de cloud computing deverá atingir mais de US$ 1 bilião até 2028, um aumento anual de mais de 12%. No entanto, este crescimento acarreta uma série de desafios em termos de cibersegurança.
Vulnerabilidades dos dados e gestão de acessos
Um dos principais desafios identificados por Davi Lopes, diretor da Schneider Electric, reside na proteção dos dados, tanto em trânsito como em repouso nos servidores. Lopes defende a implementação de protocolos robustos de criptografia e medidas de segurança proativas para prevenir violações e fugas de informação.
A gestão de identidades e acessos também é crucial. O aumento do trabalho remoto exige políticas de autenticação multifatorial e controlos de acesso granulares, garantindo que apenas utilizadores autorizados acedam aos dados e sistemas.
Complexidade das infraestruturas e conformidade regulatória
A complexidade das infraestruturas em nuvem dificulta a monitorização e deteção de atividades maliciosas. A falta de visibilidade sobre o tráfego de rede e as vulnerabilidades potenciais facilitam a ação de hackers. O investimento em soluções de monitorização e análise de segurança em tempo real é, portanto, crucial.
Para além dos desafios técnicos, as empresas enfrentam obstáculos relacionados com a conformidade regulatória, como o RGPD na Europa e a LGPD no Brasil, e a gestão de riscos. É imperativo garantir a conformidade com as regulamentações e proteger os dados de clientes e funcionários.
Computação em nuvem: 5 estratégias para reforçar a segurança
Davi Lopes propõe cinco estratégias para enfrentar os desafios da segurança na nuvem:
- Arquitetura “Zero Trust”: Este modelo parte do princípio de que nenhuma entidade, interna ou externa, deve ser automaticamente confiável. A verificação contínua de todas as identidades, dispositivos e redes mitiga riscos e fortalece a segurança.
- Automação e inteligência artificial: A utilização destas tecnologias permite detetar e responder a ameaças em tempo real, aumentando a eficiência das defesas cibernéticas. Ferramentas de análise comportamental e machine learning são cada vez mais utilizadas para identificar anomalias que possam indicar violações de segurança.
- Treinamento e capacitação: A formação contínua das equipas de TI e cibersegurança é vital. A capacitação dos colaboradores sobre práticas seguras e a promoção de uma cultura de cibersegurança dentro da organização previnem erros humanos, uma das principais causas de incidentes.
- Colaboração com provedores de nuvem: É fundamental trabalhar com estes provedores para compreender e utilizar todas as ferramentas e serviços de segurança disponíveis. Muitos provedores oferecem soluções avançadas, como monitorização de ameaças, gestão de identidade e criptografia, que podem ser utilizadas para reforçar a proteção.
- Auditorias e avaliações regulares: A realização regular de auditorias e avaliações permite identificar e corrigir vulnerabilidades antes que sejam exploradas por atacantes, mantendo uma postura proativa em relação à cibersegurança.
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