A novela das tarifas sobre carros elétricos chineses na União Europeia (UE) continua a dar que falar. A Comissão Europeia decidiu adiar a decisão sobre a implementação de taxas de importação para evitar que o tema se torne um ponto de discórdia durante as eleições parlamentares que se aproximam.
A ameaça de tarifas sobre carros elétricos entre a Europa e a China tem vindo a intensificar-se nos últimos meses. A UE e os EUA têm mostrado preocupação com o rápido crescimento da indústria chinesa de carros elétricos, que tem conquistado cada vez mais espaço no mercado internacional.
Os fabricantes chineses, como NIO, XPeng e BYD, têm expandido a sua presença na Europa, o que tem gerado receios entre os fabricantes europeus, que têm sido mais lentos no desenvolvimento e lançamento de veículos elétricos de qualidade.
China exige fim da investigação e ameaça retaliação
A China, por sua vez, já ameaçou impor taxas de importação sobre veículos provenientes da UE e dos EUA, caso estes imponham tarifas sobre os seus carros elétricos. O país asiático também tem exigido que a Comissão Europeia divulgue os resultados da sua investigação e a sua decisão sobre a imposição de tarifas.
A decisão da UE era esperada para 5 de junho, mas foi adiada para depois das eleições parlamentares, que decorrem de 6 a 9 de junho. A China não está satisfeita com o adiamento e tem instado a Comissão Europeia a cancelar a investigação, que considera “injustificada” e contrária às regras internacionais.
Comissão Europeia justifica atraso com falta de informação
A Comissão Europeia justifica o atraso com a necessidade de obter mais informações de três fabricantes chineses de carros elétricos. A investigação, iniciada em outubro de 2023, pode durar até 13 meses e a Comissão Europeia tem o poder de impor medidas anti-subsídio provisórias até nove meses após o início da investigação.
O adiamento da decisão da UE sobre as tarifas para carros elétricos chineses cria um clima de incerteza no mercado automóvel. A indústria chinesa de carros elétricos, que tem crescido rapidamente nos últimos anos, pode ser significativamente afetada por estas tarifas.
Por outro lado, os fabricantes europeus podem beneficiar da proteção oferecida pelas tarifas, mas também podem enfrentar retaliações da China. Resta aguardar para ver qual será o desfecho desta novela e o impacto que terá no futuro do mercado automóvel global.
Outros artigos interessantes: