Em tempos de tensões geopolíticas, a diversificação de investimentos é chave para as grandes empresas tecnológicas. E a Apple não é exceção. No Vietname, país que se tornou um polo atrativo para empresas que procuram alternativas à China, a gigante de Cupertino tem vindo a reforçar a sua presença. No entanto, este movimento ascendente da Apple esbarra agora num obstáculo inesperado: a crise energética vietnamita.
O Vietname, a braços com uma crescente procura de energia, viu-se confrontado com apagões que resultaram em perdas de produção na ordem dos milhares de milhões de dólares no verão passado. Para evitar que a história se repita, as autoridades vietnamitas decidiram tomar medidas preventivas, incluindo um pedido à Foxconn, o maior fornecedor da Apple, para reduzir o consumo de energia em 30% nas suas fábricas no norte do país.
A aposta da Apple no Vietname
Este pedido coloca a Apple numa posição delicada, já que o Vietname se tornou um parceiro estratégico para a empresa. Com o aumento das tensões comerciais entre os EUA e a China, a Apple tem vindo a diversificar a sua cadeia de produção, e o Vietname tem sido um dos principais beneficiados. Atualmente, a empresa conta com 35 fornecedores no país, um aumento significativo em relação aos 25 que tinha anteriormente.
Apesar do pedido do governo vietnamita ter caráter voluntário e não ter afetado a produção até ao momento, levanta questões sobre o futuro da Apple no país. Se a crise energética se agravar, a empresa poderá ter de repensar a sua estratégia de produção e procurar alternativas noutros países.
O dilema do crescimento económico
A situação da Apple ilustra o dilema que muitos países em desenvolvimento enfrentam: como garantir o crescimento económico e atrair investimentos estrangeiros sem comprometer o fornecimento de energia e outros recursos essenciais? O Vietname, que tem vindo a apostar fortemente na indústria tecnológica, terá de encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a sustentabilidade ambiental.
Futuro incerto para a Apple no Vietname
Para já, a Apple ainda não se pronunciou sobre o pedido do governo vietnamita. A Foxconn, por sua vez, está a analisar a situação e a estudar formas de reduzir o consumo de energia nas suas fábricas. O futuro da Apple no Vietname dependerá, em grande medida, da capacidade do país em resolver a crise energética e garantir um fornecimento de energia fiável e sustentável.
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