A inteligência artificial (IA) está a transformar a forma como trabalhamos e terá um impacto significativo nos empregos em Portugal nos próximos anos.
Um estudo recente da Randstad Research, “A IA e o mercado de trabalho português”, prevê que a IA poderá levar à perda líquida de 80,3 mil empregos em Portugal até 2034. O estudo estima que a IA automatizará 481 mil empregos, enquanto criará 400 mil novos postos de trabalho que não existem atualmente.
Empregos em Portugal mais expostos
As funções profissionais mais expostas à automatização são nos setores das Tecnologias de Informação, Finanças, Vendas, Operações e Cadeia de Abastecimento.
Também os profissionais que trabalham em recursos humanos, marketing e jurídico poderão ver as suas tarefas automatizadas no próximos dez anos.
Os setores com maior risco de automatização são as atividades administrativas e as atividades informáticas e telecomunicações, com 18% e 17% dos seus processos, respectivamente.
Criação de novos empregos chega aos 400 mil
A expansão da IA nas empresas levará também à criação de novos empregos e, até,de novas profissões. O estudo da Ramstad Research conclui que, em termos de criação de novos empregos, as atividades informáticas e telecomunicações (29%) e as atividades de consultoria, científicas e técnicas (14%) lideram.
Relativamente ao aumento de produtividade estimado, serão os setores das atividades financeiras e de seguros e das atividades informáticas e telecomunicações (36%), seguido das atividades de consultoria, científicas e técnicas (27%).
62% das empresas portuguesas já utilizam IA
A maioria das empresas portuguesas já utiliza IA para a análise de dados, otimização de tarefas administrativas, automatização de processos e atendimento ao cliente.
A Randstad Research identificou como sendo os principais desafios da implementação da IA a falta de precisão ou qualidade dos outputs, a falta de competências entre os colaboradores, a dificuldade em encontrar aplicações que melhorem a produtividade e a legislação em desenvolvimento.
“Um dos pontos críticos identificado nesta análise foi o facto de as empresas que introduziram a IA em alguns dos seus processos terem enfrentado desafios em termos de competências, afirma Isabel Roseiro.
A diretora de marketing da Randstad Portugal sublinha que “em 75,8% dos casos, a importância de ter competências tecnológicas especializadas entre os seus trabalhadores aumentou. E, em muitos casos, a importância de outras competências não tecnológicas, que podem complementar estas últimas, também aumentou”,
Expectativas das empresas e preocupações dos trabalhadores
De acordo com o estudo, 72,2% das empresas acreditam que a IA impulsionará a atividade no seu setor, enquanto 82,9% esperam melhorias na sua própria produtividade.
Já a preocupação dos trabalhadores quanto à manutenção do seu posto de trabalho estar em perigo por causa da implementação da IA, 13,7% dos trabalhadores inquiridos estão muito preocupados com a possibilidade de perderem o emprego em 12 meses, 24,8% estão preocupados de tal acontecer em 5 anos e 38,2% estão preocupados em 10 anos.
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