A autoridade da concorrência espanhola, a CNMC, propôs uma coima de 486 milhões de euros à Booking Holdings, a empresa-mãe da Booking.com, por violar as regras da concorrência na União Europeia.
A Booking é acusada de impedir que os hotéis ofereçam preços mais baixos nos seus próprios sites do que na sua plataforma de reservas online.
Booking diz que recorre
A CNMC iniciou uma investigação à Booking em 2022, após receber queixas de grupos hoteleiros locais. Segundo a CNMC, a Booking impõe condições abusivas aos hotéis que utilizam o seu serviço, como a obrigação de oferecer o mesmo ou um preço mais baixo do que o encontrado noutros canais de distribuição, incluindo os seus próprios sites.
A Booking discorda da decisão preliminar da CNMC e diz que vai recorrer se a multa se confirmar. A empresa argumenta que as suas práticas comerciais beneficiam os consumidores, que podem encontrar as melhores ofertas na sua plataforma, e os hotéis, que podem aumentar a sua visibilidade e ocupação.
A decisão final da CNMC deverá ser conhecida nos próximos meses. Entretanto, a Booking terá de alterar algumas das suas práticas comerciais em Espanha, de acordo com as instruções da autoridade da concorrência.
Maior escrutínio aos gigantes tecnológicos na Europa
A multa recorde à Booking surge numa altura em que a União Europeia está a intensificar os seus esforços para reprimir os gigantes tecnológicos que operam no mercado único. A UE quer garantir uma concorrência leal e proteger os direitos dos consumidores e das empresas mais pequenas.
A Apple também enfrenta uma multa de 500 milhões de euros por alegadamente afastar os concorrentes do seu negócio de streaming de música, o Apple Music. A Comissão Europeia considerou que a Apple abusou da sua posição dominante ao cobrar uma taxa de 30% aos serviços rivais que utilizam a sua loja de aplicações, a App Store.
As empresas tecnológicas dominantes que operam na UE, incluindo a Booking, estão atualmente a ser obrigadas a mostrar como estão a cumprir as novas regras que visam garantir uma concorrência leal no mercado único do bloco. A Lei dos Mercados Digitais, que as empresas terão de cumprir a partir de 7 de março, procura nivelar as condições de concorrência.
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