A nave privada Peregrine Mission One vai falhar a chegada à Lua, depois de ter sido detetado um derrame de combustível.
A fotografia divulgada pela empresa revela uma perturbação no isolamento térmico, apontando para complicações adicionais na missão. A Astrobotic Technology, que busca ser a primeira do setor privado a conseguir a chegada à Lua com um módulo por si construído, enfrenta agora uma corrida contra o tempo para superar os obstáculos técnicos.
“Recebemos a primeira imagem do Peregrine no espaço! A câmara utilizada está montada no topo de uma plataforma de carga útil e mostra o Isolamento Multi-Camada (MLI) em primeiro plano. A perturbação do MLI é a primeira pista visual que se alinha com os nossos dados de telemetria que apontam para uma anomalia no sistema de propulsão.”, confirma a Astrobotic Tehnology numa atualização sobre a missão.
Sistema de propulsão impede chegada à Lua
Aquela que é a primeira tentativa norte-americana de aterrar na Lua após mais de 50 anos enfrenta sérias dificuldades, com a Astrobotic Technology, uma empresa privada sediada em Pittsburgh, a deparar-se com um derrame de combustível na sua sonda, horas após o lançamento.
No seguimento do lançamento bem-sucedido da sonda a partir de Cabo Canaveral, a Astrobotic Technology detectou uma falha crítica no sistema de propulsão. Embora tenha conseguido direcionar a sonda para captar a luz solar e recarregar a bateria, a empresa confrontou-se com uma perda significativa de combustível, colocando em risco a tão aguardada aterragem lunar, originalmente agendada para 23 de fevereiro.
Missão alternativa
A empresa anunciou que está a avaliar perfis de missão alternativos, reconhecendo a ameaça à capacidade da nave pousar suavemente na Lua. O problema, relatado sete horas após a descolagem, revela uma complexidade adicional à missão original da Astrobotic Technology que era a da chegada à Lua da nave.
De acordo com a Astrobotic, “a bateria da nave espacial está agora totalmente carregada e estamos a utilizar a energia existente no Peregrine para realizar o maior número possível de operações com a carga útil e a nave espacial. Neste momento, a maior parte da nossa equipa da missão Peregrine está acordada e a trabalhar diligentemente há mais de 24 horas.”
Financiada em 108 milhões de euros pela NASA, a sonda Peregrine da Astrobotic Technology tinha como objetivo colocar na Lua material e instrumentos científicos antes da chegada de astronautas. A agência espacial norte-americana busca não apenas avançar na exploração lunar, mas também obter dados valiosos para experiências tecnológicas e científicas.
Riscos Inerentes: NASA Aceita desafios
Joel Kearns, vice-administrador associado de exploração da NASA, expressou previamente a consciência dos riscos adicionais associados à exploração privada da Lua. Contudo, sublinhou que a agência está disposta a aceitar esses desafios, reconhecendo cada sucesso e revés como oportunidades para aprender e crescer.
Esta visão da exploração conjunta visa não apenas a expansão da presença humana na Lua, mas também estabelece uma abordagem colaborativa entre a NASA, empresas privadas e instituições académicas, moldando o futuro da exploração espacial.
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