Numa conversa franca, Bill Gates partilhou a sua desilusão com a evolução da Internet, expressando inicialmente a esperança de que esta tornasse o mundo mais racional, mas reconhecendo agora o seu papel como veículo de desinformação e “ideias loucas”.
Expectativas iniciais e a revolução digital
Gates, figura proeminente na revolução digital, admitiu que, no início, acreditava que a Internet seria um meio para tornar o mundo mais factual e racional. Na sua visão, a rede global permitiria às pessoas buscar informação de forma responsável, promovendo um “debate socrático”.
“Admito que as pessoas que impulsionaram a revolução digital, incluindo eu próprio, pensaram realmente que o mundo se tornaria mais racional”, sublinhou Bill Gates, no decurso de uma conversa à lareira promovida esta quinta-feira pela Fireside.
Desilusão com o impacto da internet
Contudo, Gates não antecipou como a Internet seria explorada para disseminar “ideias malucas”. Na conversa, destacou a capacidade das ferramentas digitais em unir pessoas com conceções excêntricas, exemplificando com o surgimento de grupos como QAnon, que encontraram uma plataforma para proliferar as suas crenças.
O fundador da Microsoft expressou preocupação com os desafios da desinformação e espera que as gerações mais jovens desenvolvam soluções criativas para enfrentar este problema crescente na era digital.
Perspetivas positivas para a Inteligência Artificial (IA)
Apesar das críticas à Internet, Gates demonstrou otimismo em relação à inteligência artificial (IA). Gates destacou os benefícios de curto prazo que a IA pode oferecer, aliviando a escassez de mão de obra e contribuindo para a prosperidade global.
Abertura à regulamentação da IA
Ao abordar a regulamentação da IA, Gates mostrou-se aberto e considerou que aqueles que lhe resistem são “estúpidos”. Reconheceu a importância de estabelecer diretrizes para o desenvolvimento ético e responsável da inteligência artificial.
Bill Gates, ao mesmo tempo que reconhece as desilusões na evolução da Internet, mantém um otimismo cauteloso em relação à inteligência artificial, destacando a necessidade de enfrentar os desafios da desinformação e abraçar a regulamentação para garantir um desenvolvimento tecnológico sustentável.
O fundador da Microsoft e filantropo falava numa conversa à lareira da Fireside depois de receber o prémio Peter G. Peterson Leadership Excellence Award do Economic Club of New York.
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